Rio Grande: o espaço urbano e suas contradições - o caso do Bairro Marluz

Autores/as

  • César Augusto Avila MARTINS Departamento de Geociências / Fundação Universidade Federal do Rio Grande
  • Nara Nilcéia da Silva SANTOS Fundação Universidade Federal do Rio Grande
  • Maria Terezinha Gama PINHEIRO Universidade Federal de Santa Maria

Palabras clave:

Rio Grande, espaço urbano, contradições, bairro Marluz

Resumen

A consolidação do espaço monopolista brasileiro, como demonstrada pur MOREIRA (1985), nas décadas de 1970 e 1980 implementa, novas formas ao território, combinando tendências homogeneizadoras com a diferenciação dos lugares, desterritorializando e reterritorializando processos produtivos, sujeitos sociais, idéias e símbolos.

O municfpio de Rio Grande, um dos marcos da ocupação portuguesa no sul do continente amencano na disputa territorial com a coroa espanhola, representava uma área estratégica de acesso à hinterlândia do futuro estado do Rio Grande do Sul, como possibilidade de escoamento da produção e parte integrante de um sistema de fluxos em construção. Metamorfoseia-se de centro comercial em significativo pólo industrial a partir das décadas de 1870/1880, principalmente com indústrias têxteis e alimentares: SINGER (1977, p.174), anota que Porto Alegre provavelmente tenha suplantado Rio Grandena liderança industrial do estado somente depois de 1920. A cidade vai combinando diferentes formas de morar: os grandes casarões e suas fachadas azulejadas, típicas de centros comerciais, as residências dos industriais e dos engenheiros e técnicos próximos das fábricas, associadas às vilas operárias, ocupações em áreas alagadiças e de dunas.

Após o golpe militar de 1964, sobretudo no decorrer da década de 1970, com o realinhamento do Brasil na divisão internacional do trabalho, que tem como um dos pilares básicos, políticas agressivas deprodução de mercadorias para a exportação. No Rio Grande do Sul, há a articulação da modernização da agricultura, especialmente da soja, com a instalação do Distrito Industrial e do Superporto de Rio Grande. O Município passa a receber uma série de investimentos estatais, atraindo capital e força de trabalho. O primeiro encontrará amplas facilidades para sua reprodução: infra-estrutura e subsídios cstatais e estratégias de controle, coação e repressão às diferentes formas de organização da sociedade, tendo emvista as tradições de lutas sindicais em Rio Grande. O segundo que, em momentos iniciais e depois pontualmente, tem multiplicadas as possibilidades de emprego e de melhorias salariais, na década de 1980, ressente-se do encolhimento dos investimentos estatais e privados, com a diminuição das ofertasde emprego, acompanhada pelas constantes perdas salariais e da percepção de que a cidade afirma-se cada vez mais como habitat, ou seja, apenas na dimensão de um lugar ou meio onde qualquer ser mais oumenos organizado se reproduz, negando a condição de que seres humanos além de habitar desejam morar. Significa a condição humana de permanecer, assistir e ser assistido, de ter lazer e prazer.

A preocupação central do trabalho é a investigação da lógica da produção e da reprodução de uma parcela do espaço urbano do município de Rio Grande, situado no eixo de ligação entre a área centralda cidade e o balneário do Cassino, circundada pela ferrovia Rio Grande (Cassino)-Pelotas, limítrofe ao aeroporto, ao Campus Carreiros da URG e a uma grande área vazia da Rede Ferroviária Federal Sociedade Anónima (RFFSA).

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Biografía del autor/a

César Augusto Avila MARTINS, Departamento de Geociências / Fundação Universidade Federal do Rio Grande

Graduado em Geografia pela Universidade Federal do Rio Grande (FURG) com mestrado em Geografia Humana na Universidade de São Paulo e doutorado em Geografia: desenvolvimento regional e urbano na Universidade Federal de Santa Catarina, realizou estágio de posdoutorado na Universitat Autònoma de Barcelona como bolsista BEX da CAPES entre 2012 e 2013. Foi professor em escolas públicas e privadas e desde 1989 é docente na FURG onde participa no Núcleo de Análises Urbanas (www.nau.furg.br). As áreas de interesse são Geografia Econômica e Geografia Urbana em temas relacionados a indústria, cidade, urbano, ensino e pesca

Nara Nilcéia da Silva SANTOS, Fundação Universidade Federal do Rio Grande

Possui graduação em Geografia pela Fundação Universidade Federal do Rio Grande (1994) e mestrado em Planejamento Urbano e Regional pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (1999), doutoranda em Gestão da Cultura e do Patrimonio na Universidad de Barcelona- UB - Espanha. Atualmente é professora adjunta da Universidade Federal de Pelotas. Tem experiência na área de Planejamento Urbano e Regional, e Turismo, atuando principalmente nos seguintes temas: planejamento urbano e regional, planejamento turístico, modelagem urbana, sistema de informação geográfico.