Como imaginar a pátria? A experiência búlgara da primeira metade do século XIX

Autores/as

  • Dessislava LILOVA Departamento de Estudos Culturais/Universidade de Blagoevgrad

Palabras clave:

geografias imaginadas, invenção da pátria, espaço local-nacional-imperial, transferências ideológicas, história da geografia

Resumen

Esse texto visa a analisar a formação da idéia de pátria antes do aparecimentodo estado soberano, tratando da imaginação territorial dos búlgaros naprimeira metade do século XIX. Definir as fronteiras da pátria era uma tarefaprioritária para as elites modernizadoras búlgaras, projeto que revelou-seextremamente difícil depois de cinco séculos de domínio otomano e semevidências confiáveis a respeito das fronteiras do império medieval búlgaro.Uma vez que a geografia histórica era virtualmente nula como ferramentaideológica, a intelligentsia foi forçada a investigar a localização e ocontingente de população búlgara a fim de reclamar como pátria um territórioespecífico dentro do Império Otomano. Assim, realizou-se uma transferênciamaciça de conhecimento geográfico vindo da Europa Ocidental. O primeiroobjetivo dessa análise é investigar o uso dado aos mapas e manuaisimportados como meio de transformação da diversidade étnica da PenínsulaBalcânica em uma pátria búlgara imaginada. Atenção especial foi dada aoprojeto de mapear a pátria como uma soma de descrições locais de cidades evilas. Entretanto, junto com os instrumentos para contar, medir e representaro território e sua população, a intelligentsia importou a ideologia colonialpresente no conhecimento geográfico. Os esquemas classificatórios dapopulação mundial não permitiam aos búlgaros identificarem-se comopertencentes ao mundo “civilizado”, levando ao desenvolvimento de umcomplexo de “barbárie”. O segundo objetivo dessa análise é investigar aprópria lógica dessa transferência, como um balanço entre determinismo eescolha, dominação e resistência, que constrói a história da modernidade naperiferia ‘bárbara’ do mundo ‘civilizado’.

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