Problematizando a inscrição sociocultural do pensamento "politicamente correto" em tempos de mudanças climáticas

Autores

  • Erika COLLISCHONN Universidade de Santa Cruz do Sul
  • Edson Soares FIALHO Universidade Federal de Viçosa

Palavras-chave:

percepção do clima, mudança climática, sociedade e clima

Resumo

O presente trabalho resulta de uma incômoda constatação; quando o tematratado em cursos de Formação de Professores de Geografia e em EventosAcadêmicos é a mudança climática, observa-se que a comunidade acadêmicatem abdicado do raciocínio dialético em favor da perspectiva do“politicamente correto”, que considera a única forma admissível deabordagem. Assim, assimila e reproduz verdades convenientes que a mídiarepete à exaustão. Mas por que o ponto de vista “politicamente correto”diante do tema “mudança climática” é tão mais aceito do que em outrastemáticas? Neste artigo, procura-se investigar alguns aspectos que ajudam acompreender esse comportamento. Na primeira seção, reconhece-se o secularinteresse das pessoas pelo tempo e pelo clima e faz-se uma apreciação decomo os processos e a evolução do tempo e do clima são percebidos. Nasegunda, apresenta-se o paradigma clássico do Determinismo Climático. Aterceira seção ressalta o banimento racional desse paradigma da ciência.Destaca também a cada vez maior separação das ciências sociais das ciênciasda natureza e a conseqüente falta de diálogo entre as áreas. Neste contextoconsidera-se, em especial, a trajetória da climatologia. Na quarta seção,apresentam-se alguns fatos que levaram a uma nova aproximação das ciênciassociais com as ciências da natureza. Avaliam-se, também, os fatores quepodem favorecer uma ressurgência de determinismos climáticos eapresentam-se algumas novas roupagens com que estes podem se apresentar.Defende-se, em última instância, a permanência do diálogo que diferencie osconceitos envolvidos na discussão para compreender-se o movimentocontraditório da realidade de um mundo em mudança climática.

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Biografia do Autor

Erika COLLISCHONN, Universidade de Santa Cruz do Sul

Possui graduação em Geografia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (1987), mestrado (1998) e doutorado (2009) em Geografia pela Universidade Federal de Santa Catarina (1998). Atualmente é professora Adjunto da Universidade Federal de Pelotas. Tem experiência na área de Geociências, com ênfase em Climatologia Geográfica e Geoprocessamento, atuando principalmente nos seguintes temas: clima urbano, uso do solo, sensoriamento remoto e banco de dados espaciais.

Edson Soares FIALHO, Universidade Federal de Viçosa

Nascido no Rio de Janeiro, onde estudou no Colégio Pedro II (Unidade São Cristóvão). Graduou-se em Geografia (Bacharel e Licenciatura) pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (1997 e 1998), com mestrado em Geografia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro Viçosa (2002) e Doutorado em Geografia Física pela Universidade de São Paulo (2009). Atualmente é Professor Adjunto I da Universidade Federal de Viçosa, ministrando disciplinas relacionadas à área de Geociências. Possui experiência na área de Climatologia Urbana e Geografia Física, atuando principalmente nos temas relacionados campo térmico, impacto meteórico, clima e saúde, (des)organização do território e meio ambiente.

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