Barreiras comerciais, agências nacionais de saúde e o uso de agrotóxicos nos cítricos brasileiros

Autores

  • Adriana DORFMAN Universidade Federal do Rio Grande do Sul
  • Arthur Borba Colen FRANÇA Universidade Federal do Rio Grande do Sul
  • Roberta Corseuil DURAN Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Palavras-chave:

Barreiras comerciais. Citricultura. Agrotóxicos. Normas. Escalas.

Resumo

O presente texto discute as relações entre as barreiras sanitárias e os interesses nacionais ou de grupos específicos na produção de laranjas no Brasil e na exportação de seu suco para o mercado norte-americano. Através da análise das informações publicadas pelas mídias brasileira e estadunidense sobre o suco de laranja brasileiro barrado nos Estados Unidos, sob a alegação de excesso de resíduos do fungicida carbendazim, circunscreveu-se o problema. Num segundo momento, a bibliografia pertinente foi revisada, entrevistas com informantes qualificados foram realizadas. Observa-se que o produtor de citrus brasileiro mira o mercado externo, depende da indústria do suco para exportar e utiliza amplamente o carbendazim, proibido nos EUA, em 2008 por razões econômicas. Em 2012 a presença do fungicida foi denunciada pelos produtores de laranja da Flórida, que têm grande interesse na diminuição da oferta do produto importado em seu território e fazem parte desta rede que envolve questões de saúde pública, funções normativas do Estado e motivações econômicas. Neste sentido, as normas vigentes na produção do suco de laranja brasileiro são frequentemente estabelecidas pelo lobby dos produtores estadunidenses. A análise desse processo permite visualizar territorializações promovidas por agentes públicos e privados em escalas não-estatais e compreender o estado como objeto de permanente construção e reformulação por diferentes grupos de interesse.

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Biografia do Autor

Adriana DORFMAN, Universidade Federal do Rio Grande do Sul

É Licenciada e Bacharel em Geografia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (1988 e 1989), Mestre em Geografia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (1995) e Doutora em Geografia pela Universidade Federal de Santa Catarina. Atualmente é professora adjunta do Departamento de Geografia da UFRGS e do Programa de Pós-Graduação em Geografia, coordenadora de publicações da Associação dos Geógrafos Brasileiros - Seção Porto Alegre. Tem experiência na área de Geografia Social, com ênfase em Geografia Política e Cultural, atuando principalmente nos seguintes temas: contrabando e fronteira, aproximações entre geografia e literatura e ensino da geografia.

Arthur Borba Colen FRANÇA, Universidade Federal do Rio Grande do Sul

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Roberta Corseuil DURAN, Universidade Federal do Rio Grande do Sul

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Publicado

2013-05-08