PLANO DE OCUPAÇÃO E CONSTRUÇÃO DA IDENTIDADE BRASILEIRA NO EXTREMO-OESTE DO ESTADO DE SANTA CATARIANA LIMÍTROFE COM ARGENTINA: UM OLHAR A PARTIR DA VIAGEM DO GOVERNADOR ADOLFO KONDER, EM 1929

Autores

  • Maristela Ferrari Universidade Estadual do Oeste do Paraná (UNIOESTE)

Palavras-chave:

Fronteira, Identidade, Ocupação do Extremo-Oeste de Santa Catarina, Vagem de Konder 1929

Resumo

Este artigo analisa como, a partir de 1929, a política do estado de Santa Catarina planejou processos de ocupação e idealizou a construção da identidade brasileira no extremo-oeste do estado, região de fronteira com o nordeste da Província de Misones (Argentina). A análise, pelo viés geo-histórico nos leva a intuir que, a política do estado de Santa Catarina estava alinhada aos ideais de “progresso civilizador” do Estado nacional, ideais concebidos na escala nacional, desde a segunda metade do século XIX, mas aplicados mais eficazmente na primeira metade do século XX. No interior do estado catarinense, região ainda ocupada por indígenas e caboclos, tais ideais só poderiam ser atingidos por meio da ocupação agrícola com população que apresentasse determinadas características, ou seja, que aceitasse normas territoriais fixas e impostas (pelo Estado nacional e pelo estado catarinense) e que tivesse práticas consistentes conforme os ideais políticos do território nacional. A viagem de Konder, em 1929 tinha uma intenção óbvia, construir a brasilidade e planejar a ocupação de espaços considerados “vazios” e substituir/excluir antigos habitantes considerados nômades e caracterizados pela não confiabilidade e incerteza de levar o projeto adiante. Neste sentido, pode-se argüir: quais eram os elementos considerados capazes de levar adiante o ideal de “progresso civilizador” e construir a brasilidade ou identidade nacional numa região de fronteira considerada, no começo do século XX, desintegrada do país e do estado e caracterizada como “inculta” e “desnacionalizada”? Responder à questão é uma das várias possibilidades de analisar as ações empreendidas na região de fronteira com Argentina pelo poder do estado catarinense a partir de 1929.

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Publicado

2020-12-17

Edição

Seção

Fronteiras: objetos espaciais da diferença e da identidade