CONHECIMENTOS, ATITUDES E PRÁTICAS DE PESSOAS COM DOENÇA DE PARKINSON SOBRE UM PROGRAMA TERAPEÛTICO DOMICILAR COM ORIENTAÇÃO EM GRUPO
DOI:
https://doi.org/10.22456/2316-2171.76898Palavras-chave:
Doença de Parkinson, Reabilitação, Saúde Pública, Terapia por ExercícioResumo
Introdução: Exercícios domiciliares são uma opção terapêutica acessível para pacientes com doença de Parkinson que apresentam dificuldade de locomoção. Serviços de fisioterapia utilizam palestras e manuais como forma de orientar a prática destes exercícios, mas carecem de avaliar o que está de fato sendo compreendido pelo paciente. Objetivo: Investigar conhecimentos, atitudes e práticas de pessoas com doença de Parkinson sobre um programa de exercícios terapêuticos domiciliares autossupervisionados com orientação em grupo. Métodos: Trata-se de um estudo transversal realizado com pessoas com doença de Parkinson idiopática leve e moderada, em um Programa de referência em um hospital universitário do nordeste do Brasil. Palestras e manual são disponibilizados pelo Programa desde 2012. Foram coletados: dados sociodemográficos, da doença, assistência e hábitos (ficha geral); conhecimentos, atitudes e práticas sobre exercícios fisioterapêuticos do manual (Inquérito Conhecimentos, Atitudes e Práticas) e barreiras associadas à prática (questionário estruturado). Utilizou-se o software BioEstat 5.0 para estatística descritiva e testes de associação, p ≤ 0,05. Resultados: Foram avaliados 28 pacientes (63 ± 7,4 anos) com tempo de diagnóstico médio de 4,5 (± 2,1) anos e maior prevalência do estágio HY 2 (71,4%). A maioria frequentava o Programa há pelo menos 1 ano (85,7%), era sedentária (60,7%) e relatava como principais entraves para a realização de sessões de fisioterapia a dificuldade financeira (92,8%) e de locomoção (53,6%). A adesão às palestras de fisioterapia foi de 60,7%. A maioria apresentou conhecimentos (60,7%) e atitudes (96,4%) adequados, entretanto, práticas inadequadas (53,6%) acerca dos exercícios terapêuticos domiciliares autossupervisionados orientados em grupo. Conclusão: Programa autossupervisionado requer maior disciplina dos pacientes e apenas orientar em grupo e distribuir manual podem não ser suficientes. Estratégias de acompanhamento semanal para motivação e suporte às dúvidas podem ser necessárias.
Downloads
Referências
ABRANTES, Ana et al. Physical Activity and Neuropsychiatric Symptoms of Parkinson Disease. Journal of Geriatric Psychiatry and Neurology, Thousand Oaks, v. 25, n. 3, p.138–45, sep. 2012.
ASHBURN, Ann et al. A randomised controlled trial of a home based exercise programme to reduce the risk of falling among people with Parkinson’s disease. Journal of Neurology, Neurosurgery, and Psychiatry, London, v. 78, n.7, p. 678–84, jul. 2007.
BLOEM, Bastiaan; DE VRIES, Nienke; EBERSBACH, Georg. Nonpharmacological treatments for patients with Parkinson’s disease. Movement Disorders, Oxford, v. 30, n. 11, p. 1504–20, sep. 2015.
BRASIL. Ministério da Educação; Instituto Nacional do Desenvolvimento da Educação. Manual do aplicador do estudo CAP. Brasília (DF): ME; 2002.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Gestão Estratégica e Participativa. Departamento de Apoio à Gestão Participativa. Caderno de educação popular e saúde- 2007. Disponível em: < http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/caderno_educacao_popular_saude_p1.pdf>. Acesso em: 03 fev. 2016.
BRASIL. Portaria SAS/MS nº 228, de 10 de maio de 2010. Protocolo clínico e diretrizes terapêuticas: doença de Parkinson- 2010. Disponível em: <http://portalarquivos2.saude.gov.br/images/pdf/2014/setembro/19/pcdt-parkinson-republicado-2010.pdf>. Acesso em: 19 set. 2014.
DERELI, Elif; YALIMAN, Ayse. Comparison of the effects of a physiotherapist-supervised exercise programme and a self-supervised exercise programme on quality of life in patients with Parkinson’s disease. Clinical Rehabilitation, London, v. 24, n. 4, p. 352–62, apr. 2010.
DORSEY, E. Ray et al. Projected number of people with Parkinson disease in the most populous nations, 2005 through 2030. Neurology, Hagerstown, v. 68, n. 5, p. 384–6, jan. 2007.
ELLIS, Terry et al. Barriers to Exercise in People With Parkinson Disease. Journal of the American Physical Therapy Association, New York, v. 93, p. 628-636, may 2013.
ENE, Heather; MCRAE, Cynthia; SCHENKMAN, Margaret. Attitudes Toward Exercise Following Participation in an Exercise Intervention Study background and purpose. Journal of Neurologic Physical Therapy, LaCrosse, v. 35, p. 34–40, mar. 2011.
FOLSTEIN, Marshal; FOLSTEIN, Susan; MCHUGH, Paul. Mini-Mental State. A practical method for grading the cognitive state of patients for the clinician. Journal of Psychiatric Research, Oxford, v. 12, p. 189–98, nov. 1975.
FREIRE, Paulo. Pedagogia do oprimido. 11. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1982.
FREIRE, Paulo. Educação e mudança. 24. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1979.
FREIRE, Paulo. Extensão ou comunicação? 2. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1975.
GILADI, Nir et al. Interdisciplinary Teamwork for the Treatment of People with Parkinson’s Disease and Their Families. Current Neurology and Neuroscience Reports, Philadelphia, v. 14, n. 11, p. 493, nov. 2014.
GOBBI, Sebastião et al. Physical inactivity and related barriers: A study in a community dwelling of older brazilians. Journal of Aging Research, New York, nov. 2012.
GONDIM, Ihana Thaís Guerra de Oliveira et al. Individualized guidance and telephone monitoring in a selfsupervised home-based physiotherapeutic program in Parkinson. Fisioterapia em Movimento, Curitiba, v. 30, n. 3, p. 559-568, jul./sep. 2017.
GONDIM, Ihana Thaís Guerra de Oliveira; LINS, Carla Cabral dos Santos Accioly; CORIOLANO, Maria das Graças Wanderley de Sales. Exercícios terapêuticos domiciliares na doença de Parkinson: uma revisão integrativa. Revista Brasileira de Geriatria e Gerontologia, Rio de Janeiro, v. 19, n. 2, mar./apr. 2016.
HOEHN, Margaret; YAHR, Melvin. Parkinsonism: onset , progression , and mortality. Neurology, Hagerstown, v. 17, n. 5, p. 427-42, may 1967.
KEUS, Samyra et al. Physiotherapy in Parkinson’s disease: utilisation and patient satisfaction. Journal of Neurology, Berlin, v. 251, n. 6, p. 680–7, jun. 2004.
KING, Laurie et al. Effects of Group, Individual, and Home Exercise in Persons With Parkinson Disease. Journal of Neurologic Physical Therapy, LaCrosse, v. 39, n. 4, p. 204–12, oct. 2015.
LANA, Raquel et al. Percepção da qualidade de vida de indivíduos com doença de Parkinson através do PDQ-39. Revista Brasileira de Fisioterapia, São Carlos, v. 11, n. 5, p. 397–402, set./out. 2007.
LOPES, Tiaki Maki. Efeitos dos exercícios domiciliares em pacientes portadores de doença de Parkinson. 2010. 188 f. Tese (Doutorado em Ciências Médicas)- Faculdade de Ciências Médicas, Universidade Estadual de Campinas, São Paulo. 2010.
NAVARRO-PETERNELLA, Fabiana Magalhães; MARCON, Sonia Silva. Qualidade de vida de indivíduos com Parkinson e sua relação com tempo de evolução e gravidade da doença. Revista Latino-Americana de Enfermagem, Ribeirão Preto, v. 20, n. 2, p. 01–08, mar./abr. 2012.
VAN NIMWEGEN, Marlies et al. Physical inactivity in Parkinson’s disease. Journal of Neurology, Berlin, v. 258, n. 12, p. 2214–21, dec. 2011.
QUINN, Lori et al. Client and therapist views on exercise programmes for early-mid stage Parkinson’s disease and Huntington's disease. Disability and Rehabilitation, London, v. 32, n. 11, p. 917–28, 2010.
SANTOS, Viviane Vieira et al. Effects of a physical therapy home-based exercise program for Parkinson’ s disease. Fisioterapia em Movimento, Curitiba, v. 25, n. 4, p. 709–715, oct./dec.2012.
SHULMAN, Lisa et al. The evolution of disability in Parkinson disease. Movement Disorders, New York, v. 23, n. 6, p. 790–6, apr. 2008.
SPEELMAN, Arlène et al. How might physical activity benefit patients with Parkinson disease? Nature Reviews Neurology, London, v. 7, n. 9, p. 528–34, jul. 2011.
TOMLINSON, Claire et al. Physiotherapy for Parkinson’s disease: a comparison of techniques (Review). Cochrane Database of Systematic Reviews, Oxford, n. 6, jun. 2014.
TOMLINSON, Claire et al. Physiotherapy intervention in Parkinson ’ s disease: systematic review and meta-analysis. British Medical Journal, London, p. 1–14, aug. 2012.
TORRES, Heloísa de Carvalho; PEREIRA, Flávia Rodrigues Lobo; ALEXANDRE, Luciana Rodrigues. Avaliação das ações educativas na promoção do autogerenciamento dos cuidados em diabetes mellitus tipo 2. Revista da Escola de Enfermagem da USP, São Paulo, v. 45, n. 5, p. 1077–82, out. 2011.
WIRDEFELDT, Karin et al. Epidemiology and etiology of Parkinson ’s disease: a review of the evidence. European Journal of Epidemiology, Dordrecht, v. 26, jun. 2011.