USO DE MEDICAMENTOS EM IDOSOS QUE RESIDEM EM UMA INSTITUIÇÃO DE LONGA PERMANÊNCIA
DOI:
https://doi.org/10.22456/2316-2171.19815Palavras-chave:
cuidadores, cuidados, idosos, medicação, instituições de longa permanência.Resumo
A demanda pela institucionalização vem crescendo e o perfil do idoso que procura o asilo no Brasil vem se modificando, sendo necessário saber sobre o cenário atual. Assim, questionamos: de que maneira é realizada a administração de medicamentos a idosos nas instituições de longa permanência? A metodologia consistiu em entrevistas com idosos que residem em um asilo situado em Salvador-Bahia, aliada à observação sistemática neste local. A análise do material empírico se deu a partir das categorias fundamentadas nas falas dos idosos com ênfase na temática das medicações, a qual constitui o interesse central deste estudo. Os resultados indicam que a administração direta da medicação usada pelos idosos é uma tarefa realizada pelos cuidadores. No entanto, devido às possibilidades de ocorrer trocas relacionadas à dosagem da medicação e/ou ao idoso que deveria recebê-la, verificou-se que a instituição ainda deveria avançar para planejar e programar melhor a administração dos medicamentos, superando improvisações e atuando de modo a não causar efeitos iatrogênicos. Concluímos ressaltando a importância de que nas instituições de longa permanência (ILP) sejam realizados estudos sobre a eficácia de medicamentos em idosos e que a capacitação do corpo técnico no que toca à administração da medicação seja continuada, evitando os erros e os abusos terapêuticos observados pelas pesquisadoras e percebidos pelos próprios idosos.
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