AS CARACTERÍSTICAS DE SAÚDE DE OCTOGENÁRIOS RECRUTADOS EM DIFERENTES CONTEXTOS EVIDENCIAM A HETEROGENEIDADE DO ENVELHECIMENTO
DOI:
https://doi.org/10.22456/2316-2171.132938Resumo
Objetivo: comparar subamostras de idosos octogenários recrutados em domicílios familiares (n=323), instituições (n=232), e ambulatório de Geriatria (n=196), quanto à distribuição e às probabilidades de associação de variáveis demográficas e de saúde, capacidade funcional e cognição. Métodos: foram levantados e descritos dados sobre sexo, idade, raça, índice de massa corporal, quedas, doenças crônicas, consumo de medicamentos, depressão, independência funcional e déficit cognitivo. As probabilidades de associação foram estimadas por meio de regressão logística multinominal. Resultados: idosos do sexo feminino, de raça branca e com 85 anos ou mais foram mais frequentes nas instituições; os de 80 a 84, nos domicílios; idosos com doenças crônicas e homens, no ambulatório. Houve maior proporção de artrite/reumatismo (33,6%) entre idosos domiciliares; de acidente vascular cerebral (18,5%), depressão (37,8%) e incontinência urinária (69,9%) entre os institucionalizados; de hipertensão arterial (81,7%), câncer (19,0%), doença pulmonar (15,5%) e osteoporose (43,3%) entre os ambulatoriais. Os idosos institucionalizados apresentaram maiores chances de polifarmácia (OR=4,38), dependência funcional (OR=3,73) e déficit cognitivo (OR=2,42), e menor chance de terem três ou mais doenças crônicas (OR=0,37) e de não serem brancos (OR=0,10). A chance de déficit cognitivo foi 2,79 vezes maior entre os ambulatoriais do que entre os recrutados em domicílio. Conclusão: os octogenários recrutados nos domicílios apresentaram menos condições físicas e cognitivas incapacitantes do que os recrutados no ambulatório e nas instituições, mas entre estes havia mais idosos de 80 anos ou mais do que nos domicílios e nos ambulatórios, sugerindo que os cuidados institucionais teriam beneficiado a sua longevidade.