QUALIDADE DOS REGISTROS DE ÓBITOS POR COVID-19: UM CAMINHO PARA A INVESTIGAÇÃO NA POPULAÇÃO IDOSA
DOI:
https://doi.org/10.22456/2316-2171.125604Resumo
A transição demográfica decorrente do envelhecimento da população global tornou-se uma das tarefas mais desafiadoras para as políticas de saúde pública em todo o mundo. O Brasil tem passado por mudanças demográficas sem precedentes nas últimas décadas, marcadas pelo rápido crescimento da população idosa. A recente pandemia da COVID-19 afetou o país com um dos cenários mais devastadores em termos de número de mortes entre idosos. Apesar de o Brasil ter demonstrado esforços imediatos para fornecer informações públicas oportunas sobre as contagens de mortes por COVID-19, a qualidade dos dados brasileiros de mortalidade por COVID-19 não foi completamente avaliada. O objetivo do presente estudo foi fornecer um método para avaliar a qualidade dos registros de óbitos por COVID-19 na população idosa com mais de 60 anos. A proposta seguiu três etapas principais: análise da cobertura de óbitos, redistribuição dos Códigos Garbage (CGs) e redistribuição das Causas Mal Definidas (CMDs). Com base nos dados do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM), a proposição foi aplicada para o estado da Paraíba, na região Nordeste do Brasil. Após correção da qualidade dos dados e estimativa dos óbitos esperados, o percentual de óbitos por COVID-19 aumentou em 39% entre a população idosa, sendo influenciado principalmente por CGs e CMDs. O presente estudo indicou uma abordagem científica para melhorar a qualidade dos registros de óbitos, não apenas entre a população idosa, mas aplicável para qualquer faixa etária específica (infantil, adulto) ou região geográfica.