TY - JOUR AU - GOULART, Rossana V. AU - REMUS, Marcus V. D. AU - REIS, Rafael Souza dos PY - 2013/05/01 Y2 - 2024/03/28 TI - Composição isotópica de Sr, C e O e geoquímica de ETR das rochas carbonáticas do Bloco São Gabriel, Rio Grande do Sul JF - Pesquisas em Geociências JA - PESQUI GEOCIENC VL - 40 IS - 1 SE - ARTIGOS DO - 10.22456/1807-9806.40831 UR - https://seer.ufrgs.br/index.php/PesquisasemGeociencias/article/view/40831 SP - 75-97 AB - <p>O Bloco São Gabriel, localizado na zona central do embasamento cristalino do Rio Grande Sul, apresenta extensos registros do Neoproterozóico do Ciclo Brasiliano, contidos em complexos ígneos e metamórficos. Esses complexos também guardam registros sedimentares, com sequências carbonáticas metamorfisadas, cuja evolução tectônica é pouco conhecida. Por essa razão, buscou-se nesse trabalho investigar a origem e a evolução das rochas carbonáticas ocorrentes no Bloco São Gabriel por meio da caracterização geoquímica de elementos maiores, traço, ETR e isótopos de Sr, C e O. Para tanto, foram escolhidas como áreas de pesquisa no Bloco São Gabriel a Formação Passo Feio, o Complexo Cambaí e o Complexo Coxilha do Batovi. As rochas carbonáticas da Formação Passo Feio compreendem dolomita mármores impuros, as amostras do Complexo Cambaí, calcita mármores impuros e os litotipos do Complexo Coxilha do Batovi, mármores calcíticos e calcissilicáticos, alguns ricos em grafita e com percentuais de até 10% de quartzo demonstrando contribuição siliciclástica no protólito. Idades de zircões detríticos de clorita xistos associados com os mármores, obtidos em trabalhos anteriores, indicam um intervalo entre 770 – 700 Ma para a deposição dos carbonatos do Bloco São Gabriel. Os carbonatos da Formação Passo Feio sofreram dolomitização durante ou logo após a deposição, enquanto os carbonatos do Complexo Cambaí não foram afetados pela dolomitização. A geoquímica dos elementos traço e terras raras indica que os mármores analisados preservaram as composições isotópicas originais do protólito nos diferentes graus metamórficos: Complexo Coxilha do Batovi (grau baixo), Formação Passo Feio e Complexo Cambaí (grau médio). A análise integrada dos isótopos de Sr, C e O da Formação Passo Feio e do Complexo Cambaí revelou a preservação de valores isotópicos primários ou muito próximos da composição isotópica original. Na Formação Passo Feio os valores obtidos são: 0,7074 (<sup>87</sup>Sr/<sup>86</sup>Sr), -0,26‰ e 2,44‰ (δ<sup>13</sup>C<sub>PDB</sub>) e -5,68‰ (δ<sup>18</sup>O<sub>PDB</sub>). No Complexo Cambaí, estes valores são: 0,7069 (<sup>87</sup>Sr/<sup>86</sup>Sr), 5,75‰ (δ<sup>13</sup>C<sub>PDB</sub>) e -11,64‰ (δ<sup>18</sup>O<sub>PDB</sub>). Quando comparadas com a curva de variação da razão 87Sr/86Sr e dos valores de δ<sup>13</sup>C e δ<sup>18</sup>O da água do mar ao longo do Neoproterozóico, verifica-se que os mármores da Formação Passo Feio e do Complexo Cambaí estão situados no intervalo entre 770 e 730 Ma. A contextualização dos dados isotópicos na cronologia dos eventos tectônicos reconhecidos no Bloco São Gabriel permitiu a estimativa de períodos de deposição das rochas carbonáticas da Formação Passo Feio entre 770 e 730 Ma, e entre 740 e 730 Ma para o Complexo Cambaí.</p> ER -