"TAVA EU NA MINHA ALDEIA, PRA QUÊ MANDOU ME CHAMAR?”
UMA INVESTIGAÇÃO AUTOETNOGRÁFICA DA RESISTÊNCIA KAPINAWÁ NA PRESERVAÇÃO DOS DIREITOS TERRITORIAIS E IDENTITÁRIOS DIANTE DA EXPLORAÇÃO DE ENERGIA EÓLICA
DOI:
https://doi.org/10.22456/1982-6524.141491Resumo
O presente trabalho é atravessado pela imersão contínua na realidade do Povo Kapinawá, influenciando a construção e a percepção da pesquisa. Como membro da comunidade e testemunha ativa dos esforços para garantir direitos, foi possível observar e participar diretamente de várias da luta para a preservação da identidade étnica e a defesa de direitos. Em contrapartida a todo o discurso institucional de proteção desses modos de vida, a instalação de parques eólicos em territórios indígenas, como os dos Kapinawá, levanta sérios questionamentos sobre a preservação de direitos territoriais e culturais previstos na CRFB/88. Embora esses projetos sejam promovidos como soluções sustentáveis para a crise energética, sua implementação desconsidera o impacto sobre a integridade ambiental e cultural das regiões afetadas. Essa desconexão revela a necessidade de uma abordagem que respeite e proteja os direitos e a identidade dos povos tradicionais. Ao integrar a perspectiva pessoal com a análise acadêmica, o estudo busca oferecer uma visão mais completa e respeitosa das experiências do Povo Kapinawá, promovendo uma reflexão sobre as práticas e desafios enfrentados na defesa dos direitos.