ARARA DA VOLTA GRANDE DO XINGU: ARTE INDÍGENA CONTEMPORÂNEA, URGÊNCIA ECOLÓGICA E MÚLTIPLAS RESISTÊNCIAS
DOI:
https://doi.org/10.22456/1982-6524.140757Resumo
A arte indígena no Brasil atual também se utiliza de linguagens contemporâneas em processos híbridos que levam a uma reflexão sobre as relações humano-natureza e o lugar das cosmologias indígenas em um contexto atual de urgência ecológica. A partir de entrevistas e da análise de obras de 4 artistas do Povo Indígena Arara, da Terra Indígena Arara da Volta Grande do Xingu, Amazônia brasileira, busco responder à questão: Como a arte visual dos Arara retrata suas relações de coexistência com o sistema socioecológico da Volta Grande do Xingu? Além das obras, as memórias do pajé e historiador Leôncio Arara são o fio condutor dessa relação dos Arara com o Rio Xingu. Com isso, são visionadas possibilidades de interações entre arte e pesquisa socioambiental com povos indígenas, como estudos de sociobiodiversidade e métodos para gestão ambiental e territorial indígena. Os indígenas Arara coabitam com florestas e rios vivos, sob perspectivas reivindicadas por pensadores e artistas indígenas de que cosmologia, arte e política são indissolúveis na arte indígena contemporânea, esta que também é um espaço de múltiplas resistências.