A Comida e o Comer durante o Jubileu de São Miguel e Almas no Cemitério do Peixe
DOI:
https://doi.org/10.22456/1984-1191.97374Palavras-chave:
Comida, Comer, Socialização, Festas, Cemitério do Peixe.Resumo
Resumo: O objetivo desse trabalho é descrever e analisar aspectos relacionados à comida e ao ato de comer durante o Jubileu de São Miguel e Almas no Cemitério do Peixe (MG), notadamente, aspectos culturais, sociais, políticos e econômicos. Para tanto, utilizam-se métodos e caminhos propostos pela Antropologia, tais como observação participante, entrevistas abertas e semiestruturadas, escrita etnográfica, além de revisão bibliográfica, entre os anos de 2012 a 2019. Conclui-se que, no ambiente observado, através do ato de comer e compartilhar alimentos, são instauradas relações de sociabilidade e solidariedade, as quais reforçam a coesão social, a memória, a identidade e o patrimônio cultural do grupo. Destacam-se relações harmoniosas e afetuosas em torno do ato de comer, bem como a criação de vínculos, os quais geram obrigações sociais.
Palavras-chave: Comida. Comer. Socialização. Festas. Cemitério do Peixe.
Abstract: This paper's objective is to describe and reflect upon the food and the act of eating during the Jubilee of São Miguel e Almas in Cemitério do Peixe (MG), notably cultural, social, political and economical aspects. To that end, methods and paths proposed by Anthropology are used, such as participant observation, open and semi-structured interviews, ethnographic writing and bibliographic review, between 2012 and 2019. It concludes that, in the observed environment, through the act of eating and sharing food, sociability and solidarity relationships are established, reinforcing social cohesion, the group's memory, identity and cultural patrimony. Harmonic and fondness relationships stand out around the act of eating, such as the creation of bonds, which generate social obligations.
Keywords: Food. Eating. Socialization. Religious Festivals. Cemitério do Peixe
Downloads
Referências
ABDALA, Mônica C. Sabores da tradição. Revista do Arquivo Público Mineiro, Belo Horizonte, Ano XLII, nº 2, p. 119-129, dez. 2006.
BAKHTIN, Mikhail. A cultura Popular na Idade Média e no Renascimento. O contexto de François Rabelais. São Paulo: HUCITEC, 2010.
BONOMO, Juliana R. A culinária mineira como signo e patrimônio cultural imaterial. Anais, II CONINTER – Congresso Internacional Interdisciplinar em Sociais e Humanidades. Belo Horizonte, de 8 a 11 de outubro de 2013. Disponível em <https://pt.scribd.com/document/306462568/A-Culinaria-Mineira-Como-Signo-e-Patrimonio-Cultural>. Acesso em 10/07/19.
BRANDÃO, Carlos R. Os Deuses do Povo: um estudo sobre a religião popular. São Paulo: Editora Brasiliense, 1980.
______. O festim dos bruxos: estudos sobre a religião no Brasil. São Paulo: Editora Ícone. 1987.
BURTON, Richard F. Viagens aos planaltos do Brasil. Tomo II. tradução de Américo Jacobina Lacombe. - 2. ed. - São Paulo: Companhia Editora Nacional. 1983.
CANESQUI, Ana Maria. Comentários sobre os Estudos Antropológicos da Alimentação. In: CANESQUI, Ana Maria; GARCIA, Rosa Wanda Diez Garcia (Org.). Antropologia e nutrição: um diálogo possível [online]. Rio de Janeiro: Editora FIOCRUZ, 2005, pp. 23-47.
______. 1988. Antropologia e alimentação. Revista de Saúde Pública, v. 22, n. 3: 207-216.
CARRARA, Ângelo A. O Distrito dos Diamantes, 1734-1757. Juiz de Fora: Clio Edições, 2017.
CLIFFORD, James. Sobre a autoridade etnográfica. In: CLIFFORD, James. A experiência etnográfica: antropologia e literatura no século XX. Rio de Janeiro: Ed. UFRJ, 1998.
CONTRERAS, Jesús; GRACIA, Mabel. Alimentação, sociedade e cultura. Rio de Janeiro: Editora Fiocruz, 2015.
CUNHA, Antônio G. Dicionário Etimológico Nova Fronteira da Língua Portuguesa. Rio de Janeiro: Editora Nova Fronteira, 1997.
DA MATTA, Roberto. O que faz o Brasil, Brasil? Rio de Janeiro: Rocco, 1986.
DUTRA, Rogéria C. A. Ambiente, práticas culinárias tradicionais e saberes locais: o caso das quitandas na Serra da Mantiqueira, MG. XI Reunião de Antropologia do Mercosul. 2015. 1-15. Disponível em:
<http://xiram.com.uy/ponencias/GT-83/Rog%C3%A9ria%20Campos%20de%20Almeida%20Dutra_%20Ambiente,%20praticas%20culin%C3%A1rias%20tradicionais%20e%20saberes%20%20locais-%20o%20caso%20%20das%20quitandas%20na%20Serra%20da%20Mantiqueira,%20MG.pdf>>. Acesso em: 03 jun. 2019.
FABIAN, Johannes. O Tempo e o Outro: Como a Antropologia estabelece seu objeto. Rio de Janeiro: Editora Vozes, 2013.
GENNEP, Arnold Van. Os ritos de passagem. 3 ed. Petrópolis: Vozes, 2011.
INGOLD, Tim. Estar vivo: Ensaios sobre movimento, conhecimento e descrição. São Paulo: Vozes, 2015.
MAUSS, Marcel. Sociologia e antropologia. São Paulo: Cosac & Naify, 2003.
MINTZ, Sidney. Comida e Alimentação: Uma breve revisão. Revista Brasileira de Ciências Sociais, vol. 16, n.47, out. 2001. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-69092001000300002> Acesso em 10 jul 2019.
MOREIRA, Sueli A. Alimentação e comensalidade: aspectos históricos e antropológicos. São Paulo, v. 62, n. 4, out. 2010. Disponível em: http://cienciaecultura.bvs.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0009-67252010000400009 Acesso em: 01 jul 2018
OBSERVADOR, O Callado. Publicações à Pedido. Jornal O Jequitinhonha, Diamantina. 16 nov. 1861. Ed. 40, pp. 2. Disponível em: <http://memoria.bn.br/hdb/periodico.aspx>.
Acesso em: 20 set. 2018.
PEREZ, Léa F. Antropologia da efervescência coletiva. In: PASSOS, Mauro (Org.) A festa na vida: significados e imagens. Petrópolis: Vozes, 2002.
ROMEIRO, Adriana; BOTELHO, Angela. Dicionário histórico das Minas Gerais: período colonial. Belo Horizonte: Autêntica, 2003.
SIMMEL, Georg. Sociabilidade – um exemplo de sociologia pura e formal. In: MORAES FILHO, Evaristo de (Org.) Sociologia. São Paulo: Editora Ática, 1983.
______.SIMMEL, Georg, O conflito como sociação. (1964) (Tradução de Mauro Guilherme Pinheiro Koury). RBSE – Revista Brasileira de Sociologia da Emoção, v. 10, n. 30, pp. 568-573. Disponível em:<http://www.cchla.ufpb.br/rbse/SimmelTrad.pdf> Acesso em: 05 mar 2018.
TAVARES, Thiago Rodrigues. Rituais funerários no Vale do Jequitinhonha: a vivência popular do catolicismo e as transformações nas atitudes dos homens frente a morte. Dissertação (mestrado em Ciência da Religião), Universidade Federal de Juiz de Fora, Juiz de Fora, 2014.
______. O Cemitério do Peixe e as Missões Redentoristas. In: Catolicismo(s) ontem, hoje e sempre...? Interfaces com o tempo, sociedade e cultura. ARCHANJO DE ALMEIDA, R.; DA VEIGA, A. C.; DE ARAÚJO PORTES, A. L.; DE SOUSA CARVALHO, N.; MANGEA DA SILVA , L. F.; TAVARES, T R..; COSTA LOPES, A.; LACERDA SIMÕES DUARTE, F.; BONTEMPO REIS, M.; DE OLIVEIRA LUPION, M. R. SACRILEGENS, v. 15, n. 2, jul/dez 2018. p. 73-86.
TOMBO, Livro de Tombo. Paróquia de Santo Antônio de Gouveia. Arquidiocese de Diamantina: Gouveia-MG. nº. 03, folha 08. 1976.
TURNER, Victor. O processo ritual. Petrópolis: Vozes, 1974.
______. Dramas, Campos e Metáforas: Ação simbólica na sociedade humana. Niterói: EdUFF, 2008.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Todo o conteúdo do periódico, exceto onde está identificado, está licenciado sob uma Licença Creative Commons do tipo atribuição BY-NC.
O envio dos trabalhos implica a cessão imediata e sem ônus dos direitos de publicação para a revista, a qual é filiada ao sistema Creative Commons, atribuição CC BY-NC (https://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0/). O autor é integralmente responsável pelo conteúdo do artigo e continua a deter todos os direitos autorais para publicações posteriores do mesmo, devendo, se possível, fazer constar a referência à primeira publicação na revista. Esta não se compromete a devolver as contribuições recebidas.
O(s) autor(es) que submete (m) artigos para publicação na revista Iluminuras são legalmente responsáveis pela garantia de que o trabalho não constitui infração de direitos autorais, isentando a Revista Iluminuras quanto a qualquer falha quanto a essa garantia.
