Cidade sitiada, o medo como intriga
DOI:
https://doi.org/10.22456/1984-1191.9303Resumo
A constante projeção dos atos, dos gestos e das condutas cotidianas nas biografias dos habitantes na cidade nos revela cidadãos em suas identidades reflexivas e nos informa sobre suas condições de construir disposições de enfrentamento à banalização da violência criminal. A conduta não é só projetiva, é igualmente prospectiva, retrospectiva de ações e pensamentos dos habitantes no fluxo do tempo coletivo. A previsão de estratégias para os citadinos surge como interpretação de um campo semântico repleto de sentidos conceituais para o exercício da reflexão tecida no estoque de conhecimento apreendido no vivido cotidiano como crises a serem ultrapassadas.
Os relatos de experiências de medo à vitimização aqui apresentados desde a investigação das sociabilidades dos personagens do documentário desenham, no contexto da cidade de Porto Alegre, distintas sociabilidades urbanas reorientadas pelo sentimento de insegurança, considerando aqui o conceito de “jogar o social” simmeliano, segundo o qual os indivíduos interagem ou se evitam, se encontram ou se afastam, mas sempre em ação e reinvenção.
Nesse sentido, a cultura do medo tal qual enfocada no documentário A cidade sitiada coloca-se como uma síntese singular do espírito subjetivo dos habitantes de uma grande cidade com o espírito objetivo de sua cultura urbana manifesta em seus bairros e territórios, concebendo estas tensões e disposições de sentido sob o ponto de vista do "valor"10, na dinamização dessas formas de convivência.11 Nessa experiência de medo social, o sujeito é habitante de seu tempo na cidade disjuntiva que concebe as formas dos sentidos de interação: “sujeito moderno”, fugaz, contraditório, paradoxal, efêmero, vulnerável, mas sempre lá, sujeito-cidade.
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