Da paisagem à abstração
DOI:
https://doi.org/10.22456/1984-1191.9198Resumo
Minhas reflexões, de um ponto de vista geral, defendem a necessidade da linguagem gráfica como geradora de processos mentais que nascem da integração entre o gesto e o seu registro num suporte sensível. Dentro das artes visuais, esta é, a meu ver, a função especifica das artes plásticas num mundo que tende progressivamente à neutralizar o corpo como elemento ativo do conhecimento.
Se minha prática anterior parte do desenho para chegar à pintura, a pesquisa que desenvolvo atualmente aborda a relação entre "paisagens", "janelas" e "grades", períodos que caracterizam meu trabalho recente, num processo que parte da pintura para retornar ao desenho, caminho percorrido pelo ponto nos espaços paisagem do papel, como a traduções do gesto, por excelência.
O motivo da paisagem, no meu caso pessoal, marca o abandono gradativo da representação. Procuro mostrar aqui que existe um paralelismo deste processo na história da Arte. A incidência do motivo no final do século XIX e início do século XX não é acidental. Sabemos que figuração e abstração são conceitos imprecisos que se fundem na prática pictórica. Entretanto, a idéia de abstração nos interessa aqui como referência à um período em que a liberação do tema, antes primordial na avaliação do conteúdo do pictórico, marca a autonomia do gesto na história da pintura ocidental.
Sem desconhecer outros caminhos possiveis no processo de desfiguração, através de motivos diversos, o objetivo deste texto é ressaltar especialmente algumas características formais da paisagem que demonstram sua fragilidade mimética. Retomo algumas idéias já esboçadas no capitulo "Da paisagem à abstração" de minha dissertação de mestrado, e acrescento novas reflexões que confirmam esta hipótese.
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