A desintegração do tempocentrismo como contemplação estática: as reminiscências de Claude Lévi-Strauss sob os Tristes Trópicos
DOI:
https://doi.org/10.22456/1984-1191.9107Resumo
Há uma famosa frase na obra escrita por Claude Lévi-Strauss em 1955, Tristes Tropiques (Tristes Trópicos)1 que ressaltamos aqui, logo na introdução deste artigo, como forma de guiar uma reflexão sobre as diversas camadas da contemplação estética que realizou, em particular, o pensamento levistraussiano quando confrontado, em sua gestação, com a Diferença, momento especial em que acreditamos ser possível pensar os primeiros passos do que viria a ser, posteriormente, denominado de Estruturalismo.
Trata-se de um momento sui generis de uma antropoética levistraussiana onde o autor comenta, face às marcas do tempo agitado que rege a vida nas cidades brasileiras dos anos 1930: “Certas cidades da Europa adormecem suavemente na morte; as do Novo Mundo vivem febrilmente uma doença crônica; eternamente jovens, jamais são saudáveis, porém”.
Certamente, em Tristes Trópicos, C. Lévi Strauss nos ensina autrement o estruturalismo por meio de uma rara descrição de sua experiência de campo no Brasil, onde o exercício de ordenação temporal múltipla, plural e complexa de suas reminiscências torna-se, finalmente, a forma perfeita para revelar a densidade existencial dessa viagem como parte de sua iniciação antropológica.
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