A cidade e suas ruínas, pensando as ambições racionalistas de narrativas visuais
DOI:
https://doi.org/10.22456/1984-1191.9090Resumo
A intenção que move este artigo é de apresentar o vídeo-pesquisa A cidade e suas ruínas como um espaço de provocação” para se discutir as poéticas visuais que sustentam uma narrativa etnográfica sobre os significados dos gestos e atos de destruição da paisagem urbana no quotidiano dos habitantes da cidade.
O trabalho aqui apresentado se constitui numa tentativa de reunir as imagens captadas de sobrados antigos abandonados, os depoimentos de personagens sociais que habitam alguns destes casarios e as leituras da obra de Bachelard (1989) que compõem o Projeto Estudo antropológico de itinerários urbanos, memória coletiva e patrimônio etnológico no mundo contemporâneo1 num vídeo-documentário cujo principal objetivo é trazer à reflexão os modos de composição de narrativas audiovisuais sobre memória no campo das produções da Antropologia Visual.
Segundo Simmel (1934), se as ruínas abandonadas revelam uma “passividade positiva”, “porque o homem se faz cúmplice da natureza, “permitindo a destruição” e “adotando uma maneira de agir que é oposta a sua verdadeira essência”, as ruínas habitadas “tomam o aspecto problemático, inquieto, muitas vezes insuportável, de lugares onde a vida se retirou e que, sem dúvida, entretanto, aparecem como recintos e arcos de uma vida”.É, assim, nas fronteiras entre a alma que aspira uma transcendência”e o pensamento que se dirige à captura do mundo que os jogos da memórias se configuram. Obra humana, as ruínas de uma cidade e os seus moradores ocasionais, verdadeiros guardiães da memória de tais lugares, como no caso de Andriana Bohrer Maciel.
Enquanto parte integrante dos registros documentais recolhidos ao longo da pesquisa, em particular no corpo do sub-projeto “Banco de Imagens e efeitos visuais: coleções etnográficas, patrimônio etnológico e itinerários urbanos” , com a coordenação de Ana Luiza Carvalho da Rocha, a obra gerada reflete sobre as metamorfoses da intriga gerada pela figura de Kronos devorador no como parte da operação configurante das narrativas contemporâneas sobre a Crise no mundo rbano-industrial. Da mesma forma, pertence ao campo de reflexão da obra produzida uma necessidade de ser refletir sobre a tradição literária do Ocidente2 que impregna a narrativa etnográfica em Antropologia, em particular, no caso da Antropologia Visual, mesclada das influências do romance e do cinema.
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