Beco do Rosário: espaço e sociabilidades em um beco da antiga Porto Alegre
DOI:
https://doi.org/10.22456/1984-1191.52646Resumo
Este artigo apresenta uma reflexão sobre as formas de sociabilidade e as relações sociais que habitavam o espaço urbano do Beco do Rosário na Porto Alegre dos anos 1920. Inspiradas pela problemática da espacialização das relações de dominação de classe na urbanização das cidades e da incipiente presença do recorte de raça como central para compreensão desta questão, as autoras convidam os leitores a compartilharem de uma "ficcionalização do passado", (Pesavento, 2003) na linguagem da história em quadrinhos. A partir da perspectiva da personagem Vitória a narrativa busca lançar luz sobre um imaginário possível do ser menina e negra nesta época e enfoca as micro resistências cotidianas (Scott, 2002) de combate aos estereótipos e à discriminação acionadas pela menina. Esta produção de uma "ficção controlada", como a chama Pesavento, propõe não apenas falar de um passado que se "inventa" a partir de fontes de pesquisa primárias e secundárias disponíveis no presente (relatórios da municipalidade, notas de imprensa, mapas e plantas oficiais, atas de vereança, desenhos e literatura), mas também convida o leitor a refletir sobre possíveis quebras de dicotomias entre verdade e ficção, ciência e literatura.
Palavras-chave: História Urbana. Beco do Rosário. História em Quadrinhos
Beco do Rosário: space and sociabilities of an alley in Porto Alegre
Abstract
This article presents a reflection on the forms of sociability and social relations that inhabited the Beco do Rosário urban space in Porto Alegre in the 1920s. Inspired by the problem of spatial relations of class domination in the urbanization of cities and the incipient presence of issue of race as a central matter to understand it, the authors invite readers to share in a "fictionalization of the past" (Pesavento, 2003) in the language of comics. From the perspective of the character Victoria, the narrative seeks to shed light on a possible imaginary of being both a girl and black at that time and focuses on the everyday microresistences (Scott, 2002) to combat stereotypes and discrimination triggered by the girl. This production of a "controlled fiction", as called by Pesavento, proposes not only to talk about a past "invented" from sources of primary and secondary research available at the present (the municipality reports, press releases, maps and official plans, municipal government minutes, drawings and literature), but also invites the reader to reflect on possible breakages of dichotomies between fact and fiction, science and literature.
Key words: Urban History. Beco do Rosário. Comics.
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