Protestos e Marchas de Mulheres em Brasília: visualidades e estéticas
DOI:
https://doi.org/10.22456/1984-1191.114334Palavras-chave:
Visualidade, Estética, Protesto, Feminismo, BrasíliaResumo
Um protesto é uma forma de interpelar visualmente a paisagem das cidades. As diversas formas de comunicar e expressar visualmente a imaginação política em manifestações podem ser exploradas como uma maneira de compreender as relações entre imagem, identidade, política e estética. Este trabalho tem por objetivo apresentar registros e análises de visualidades produzidas para protestos ou marchas protagonizados por movimentos de mulheres ocorridos na cidade de Brasília entre os anos de 2019 e 2020. Observamos que além do repertório visual clássico das manifestações há uma multiplicidade estética, entre as quais identificamos (1) estética da violência e morte, (2) estética do empoderamento, (3) estética festiva, (4) estética da provocação, e (5) estéticas identitárias. O material demonstra formas visuais herdadas de outros movimentos de ação coletiva, a adaptação e inovação destas visualidades e a transnacionalização de repertórios.
Palavras chave: Visualidade. Estética. Protesto. Feminismo. Brasília.
WOMEN’S MARCHS AND PROTESTS IN BRASILIA: VISUALITIES AND AESTHETICS
Abstract: A protest is a way to visually interpellate the landscape of cities. The various forms of communicate and visually express the political imagination in manifestations can be explored as a way to understand the relationships between image, identity, politics and aesthetics. This paper aims to present records and analysis of visualities produced for protests or marches protagonized by women's movements that occurred in the city of Brasilia between the years 2019 and 2020. We observed that besides the classic visual repertoire of the protests there is an aesthetic multiplicity, among which we identify (1) aesthetics of violence and death, (2) aesthetics of empowerment, (3) festive aesthetics, (4) aesthetics of provocation, and (5) identitarian aesthetics. The material demonstrates visual forms inherited from other collective action movements, the adaptation and innovation of these visualities, and the transnationalization of repertoires.
Keywords: Visuality. Aesthetics. Protest. Feminism. Brasília.
Downloads
Referências
ARENDT, Hannah. A condição humana. 10. ed. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2009.
BERTOLACCINNI, Luciana Maria. Política de las corporalidades: placer, dolor y memoria en protestas sociales feministas de Rosario (2015-2017). Perspectivas Revista de Ciencias Sociales. Año 5 No. 9 Enero- Junio 2020, pp. 8-31. Disponível em: https://perspectivasrcs.unr.edu.ar/index.php/PRCS/article/view/148 . Acesso em 04 de janeiro de 2021.
BUTLER, Judith. Corpos em aliança e a política das ruas: notas para uma teoria performativa de assembleia. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2018.
DIDI-HUBERMAN, Georges. Levantes. Catálogo de exposição. São Paulo: SESC Pinheiros, 2017. Disponível em: https://issuu.com/sescpinheiros/docs/levantes_completo_issu . Acesso em 17 de fevereiro de 2021.
DIEGUEZ CABALLERO, Ileana. Encarnaciones poéticas. Cuerpo, arte y necropolítica. Athenea Digital, 18.1 (2018): 203-219). Disponível em: https://atheneadigital.net/article/view/v18-n1-dieguez/2250-pdf-es Acesso em 19 de março de 2021.
Documento final da Marcha das Mulheres Indígenas: Território: nosso corpo, nosso espírito. Agosto de 2019. Disponível em: https://cimi.org.br/2019/08/marcha-mulheres-indigenas-documento-final-lutar-pelos-nossos-territorios-lutar-pelo-nosso-direito-vida/ Acesso em 21 de fevereiro de 2021.
GOMES, Carla; SORJ, Bila. Corpo, geração e identidade: a Marcha das vadias no Brasil. Sociedade e Estado, Brasília , v. 29, n. 2, p. 433-447, Agosto de 2014. Disponível em <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-69922014000200007&lng=en&nrm=iso>. Acesso em 21 de fevereiro de 2021.
GUZZO, Morgani; WOLFF, Cristina Scheibe. Afetos no engajamento político das Marchas das Vadias no Brasil (2011-2017). Revista Estudos Feministas, Florianópolis, v.28, n.2, e72429, 2020. Disponível em <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-026X2020000200603&lng=pt&nrm=iso>. Acesso em 21 de fevereiro de 2021.
JASPER, James M. Protesto: uma introdução aos movimentos sociais. Rio de Janeiro: Zahar, 2016.
MIRZOEFF, Nicholas. O direito a olhar. ETD - Educação Temática Digital, Campinas, SP, v. 18, n. 4, p. 745-768, nov. 2016. ISSN 1676-2592. Disponível em: <https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/etd/article/view/8646472>. Acesso em 09 de abril de 2019.
RANCIÈRE. Jacques. O Dissenso. In: NOVAES.A. A Crise da Razão. São Paulo: Companhia das Letras, 1996.
RANCIÈRE, Jacques. A partilha do sensível: estética e política. São Paulo: Editora 34, 2009.
TARROW, Sidney. O poder em movimento: movimentos sociais e confronto político. Petrópolis: Vozes, 2009.
TILLY. Charles. Regimes and repertoires. Chicago: University of Chicago Press, 2006.
TILLY, Charles. Contentious Performances. New York: Cambridge University Press, 2008.
TILLY, Charles; WOOD, Lesley J. Los movimientos sociales, 1768 – 2008: desde sus orígenes a Facebook. Barcelona: Crítica, 2009.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Todo o conteúdo do periódico, exceto onde está identificado, está licenciado sob uma Licença Creative Commons do tipo atribuição BY-NC.
O envio dos trabalhos implica a cessão imediata e sem ônus dos direitos de publicação para a revista, a qual é filiada ao sistema Creative Commons, atribuição CC BY-NC (https://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0/). O autor é integralmente responsável pelo conteúdo do artigo e continua a deter todos os direitos autorais para publicações posteriores do mesmo, devendo, se possível, fazer constar a referência à primeira publicação na revista. Esta não se compromete a devolver as contribuições recebidas.
O(s) autor(es) que submete (m) artigos para publicação na revista Iluminuras são legalmente responsáveis pela garantia de que o trabalho não constitui infração de direitos autorais, isentando a Revista Iluminuras quanto a qualquer falha quanto a essa garantia.