As Flanâncias Urbanas de Sophie Calle: Reflexões entre público e privado

Autores

DOI:

https://doi.org/10.22456/1984-1191.111936

Palavras-chave:

Sophie Calle, Flânerie, Performance Urbana, Partilha do Sensível, Dissenso.

Resumo

Neste artigo, apresento a obra da artista francesa Sophie Calle (1953 - presente) como um vetor para investigação acerca do espaço público, indagando o papel que as práticas artísticas críticas (Mouffe, 2013) podem desempenhar no questionamento da pressuposição democrática de tais espaços a partir dos conceitos de dissenso, aqui compreendido enquanto racionalidade política não consensual, e da partilha do sensível, que nos permite vislumbrar potencialidades da arte enquanto ferramenta política (Rancière, 1996; 2009). A partir das obras Suíte Veneziana (1980), The Detective (1981), The Address Book (1983), The Bronx (1980), Phone Booth (1994) os conceitos de dissenso e partilha do sensível serão articulados para análise das imagens e à luz dos registros textuais da artista sobre estes trabalhos.

Palavras-chave: Sophie Calle; Flânerie; Performance Urbana; Partilha do Sensível; Dissenso.

 

 

SOPHIE CALLE’S FLÂNERIE: REFLECTIONS ON PUBLIC AND PRIVATE SPACES


Abstract: In this article, I present the artwork of the French artist Sophie Calle (born 1953) as a medium to investigate the public space, inquiring which role that critical art practices (Mouffe, 2013) can play in questioning the assumption of democracy given to public spaces from the concepts of dissent as a non-consensual political rationality, and the distribution of the sensible, which allows us to glimpse the potential of art as a political tool (Rancière, 1996; 2009). From the artworks Suite Venetienne (1980), The Detective (1981), The Address Book (1983), The Bronx (1980) and Phone Booth (1994), the concepts of dissent and distribution of the sensible will be articulated for the analysis of images and the artist's textual records of these artworks.

Keywords: Sophie Calle; Flânerie; Urban Performance; Distribution of the Sensible; Dissent.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Carolina Gallo Garcia, Unicamp

Mestra em Planejamento Urbano e Regional (UFRGS - 2018) e Doutoranda em Ciências Sociais (UNICAMP - 2019 - presente).

Referências

ARENDT, Hannah. A condição humana. Trad. Roberto Raposo. 10.ed. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2007 [1958]. BERMAN, Marshall. Tudo que é sólido se desmancha no ar – A aventura da modernidade. São Paulo: Companhia das Letras, 1986. CALLE, Sophie. Double Game with the participation of Paul Auster. London: Violette Editions, 2007.

_____________. The Address Book. Los Angeles: Siglio, 2012.

_____________. Suite Vénetienne. Los Angeles: Siglio, 2015.

CARERI, Francesco. Walkscapes: o caminhar como prática estética. São Paulo: Editora G. Gili, 2013. CIDADE, Daniela Mendes. Os cortes de Gordon Matta-Clark : um ritual de destruição e reconstrução da arquitetura. Tese (doutorado). Universidade Federal do Rio Grande do Sul - Faculdade de Arquitetura – PROPAR. Porto Alegre: 2010.

CORTÉS, José Miguel G. Políticas do espaço: arquitetura, gênero e controle social. São Paulo: Editora Senac São Paulo, 2008.

DAWSEY, Jill Christina. The uses of sidewalks: women, art and urban space, 1966-80. Tese de Doutorado em História da Arte. Stanford University, 2008.

ELKIN, Lauren. Flâneuse: Women Walk the City in Paris, New York, Tokyo, Venice, and London. Farrar, Straus and Giroux: Nova Iorque, 2016.

FABRIS, Annateresa. Sophie Calle: entre imagens e palavras. Revista Ars USP. v. 7, n. 14, 2009.

FRANÇA, Claudia. Estratégias para não se perder na cidade Derivas urbanas de Sophie Calle. Revista Arte & Ensaios, nº 17, p.85-92, 2008.

FRASER, Nancy. Rethinking the public sphere. A Contribution to the Critique of Actually Existing Democracy. In: Social Text, No. 25/26, pp. 56-80. [1990] 2013. GARCIA, Carolina Gallo. Gênero da Cidade em Disputa: Práticas artísticas como manifestação do dissenso. Dissertação (Mestrado). Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Programa de Pós-Graduação em Planejamento Urbano e Regional. Porto Alegre, 2018.

INTERNACIONAL SITUACIONISTA, Textos íntegros en castellano de la revista Internationale Situacionniste (1958-1969). Madri: Traficantes de Sueños, 2004.

HABERMAS, Jürgen. Mudança estrutural da esfera pública: investigações quanto a uma categoria da sociedade burguesa. Tradução: Flávio R. Kothe. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2003 [1962].

__________, J. The theory of communicative action. Vol 1. Reason and the rationalization of society. Boston: Beacon Press, 1984. JACQUES, P. B. (org.). Apologia da Deriva. Escritos situacionistas sobre a cidade. Rio de Janeiro: Casa da Palavra, 2003. MCCLINTOCK, Anne. Couro imperial – raça, travestismo e o culto da domesticidade. In: Couro imperial: raça, gênero e sexualidade no embate colonial. Campinas: Editora da Unicamp, 2010.

MOUFFE, Chantal. Quais espaços públicos para práticas de arte crítica? In: Arte & Ensaios. Revista do Programa de Pós-Graduação em Artes Visuais – EBA / UFRJ. Rio de Janeiro: PPGAV-EBA/UFRJ, ano XXI, número 27, 2013.

_____________. Feminismo, ciudadanía y política democrática radical. In: Feminists Theorize the Political, ed. Judith Butler, Joan W. Scott, Routledge, 1992.

_____________. O Regresso do Político. Lisboa: Gradiva, 1996.

_____________. Prácticas artísticas y democracia agonística. Museu d'Art Contemporani de Barcelona Servei de Publicacions de la Universitat Autónoma de Barcelona. Barcelona; Bellaterra (Cerdanyola del Valles), 2007.

NEGT, Alexander, KLUGE, Oskar. The Public Sphere and Experience: Toward an Organizational Analysis of Proletariat and Middle-Class Public Opinion. Minneapolis: University of Minnesota Press, 1993.

PALLAMIN, Vera M. Arte Urbana; São Paulo: Região Central (1945 - 1998): obras de caráter temporário e permanente. São Paulo: Fapesp, 2000.

PATEMAN, Carole. Feminist Critiques of the Public/Private Dichotomy. in: The Disorder of Women. Democracy, Feminism and Political Theory, Cambridge: Polity Press, 1989.

RANCIÈRE, Jacques. O dissenso. In: A crise da razão. Org: NOVAES, Adauto. São Paulo: Companhia das Letras; Brasília, DF: Ministério da Cultura; Rio de Janeiro: Fundação Nacional de Arte, 2006 [1996].

RANCIÈRE, Jacques. O espectador emancipado. São Paulo: WMF Martins Fontes, 2012 RANCIÈRE, Jacques. A partilha do sensível. São Paulo: EXO experimental org.; Ed. 34, 2009. RECKITT, Helena; PHELAN, Peggy. Art and Feminism. New York City: Phaidon Press, 2001. SENNETT, Richard. O Declínio do Homem Público: as tiranias da intimidade. São Paulo: Companhia das Letras, 2014 [1974].

SHEIKH, Simon. In the Place of the Public Sphere? Or, the World in Fragments, 2004. Disponível em: http://eipcp.net/transversal/0605/sheikh/en Acesso em 09 de janeiro, 2021.

WOLFF, Janet. The Invisible Flâneuse: Women and the Literature of Modernity. Theory, Culture and Society, v 2, p. 37-48. London, 1985

Downloads

Publicado

2021-06-18

Como Citar

GARCIA, C. G. As Flanâncias Urbanas de Sophie Calle: Reflexões entre público e privado. ILUMINURAS, Porto Alegre, v. 22, n. 56, 2021. DOI: 10.22456/1984-1191.111936. Disponível em: https://seer.ufrgs.br/index.php/iluminuras/article/view/111936. Acesso em: 17 abr. 2024.