Adesão medicamentosa em pacientes com múltiplas doenças crônicas: estudo de prevalência em ambulatório de Medicina Interna de um hospital terciário

Autores

  • Flávia Kessler Borges Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre, Porto Alegre, Brazil
  • Thizá Massaia Londero
  • Fábio Silveira de Oliveira
  • Lucas Reznicek
  • Fernando Bourscheit
  • Leonardo Cruz Santigo
  • Pauline Zanin Siqueira
  • Rafael Vaz Machry
  • Sabrina Bedin
  • Tânia Weber Furlanetto Programa de Pós Graduação em Medicina: Ciências Médicas, Universidade Federal do Rio Grande do Sul.

Palavras-chave:

Cooperação do paciente, doença crônica, adesão à medicação

Resumo

Introdução: É frequente a associação de vários medicamentos para controlar doenças em pacientes crônicos. Contudo, a adesão medicamentosa é variável, e os fatores associados diferem, não havendo dados uniformes sobre o assunto.

Metodologia: Estudo transversal em pacientes do ambulatório de medicina interna de um hospital terciário, maiores de 18 anos, com duas ou mais doenças crônicas, visando a estimar a adesão medicamentosa pela Escala de Adesão Medicamentosa de Morisky. Fatores associados à adesão foram avaliados pela regressão de Poisson. O controle das doenças crônicas foi avaliado e definido como alvos atingidos de hipertensão, diabetes e dislipidemia.

Resultados: Um total de 170 pacientes (idade média 65±9,8 anos), 61 homens (36%), foram incluídos. Sessenta e sete pacientes tinham até 4 anos de estudo; uma renda menor que mil reais foi referida por 56 pacientes. O número médio de comorbidades foi 4±1,14, sendo hipertensão arterial sistêmica a doença mais prevalente (96,5%), seguido de diabetes mellitus tipo 2 (67%). Cada paciente usava 7,5±2,5 medicamentos. A taxa de controle das doenças crônicas mais prevalentes foi: hipertensão arterial sistêmica 72% (IC95% 65-79%), diabetes mellitus 53% (IC95%: 42–63%) e dislipidemia 51% (IC95% 41–61%). A prevalência de média e alta adesão foi 43%. Os fatores que se associaram independentemente à adesão medicamentosa foram prática de exercício físico (RP = 1,63; IC 95%: 1,09–2,44; p = 0,017) e idade (RP = 1,02; IC 95%: 1,00–1,03; p = 0,032). 

Conclusão: Menos da metade dos pacientes do ambulatório de Medicina Interna adere à prescrição médica. É necessário instituir novas estratégias para que os pacientes se beneficiem das prescrições de medicamentos.

 

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Biografia do Autor

Flávia Kessler Borges, Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre, Porto Alegre, Brazil

Professora do Departamento de Clínica Médica da Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre, Porto Alegre, Brazil

Médica contratada do Serviço de Medicina Interna do Hospital de Clínicas de Porto Alegre

Tânia Weber Furlanetto, Programa de Pós Graduação em Medicina: Ciências Médicas, Universidade Federal do Rio Grande do Sul.

Professora do Programa de Pós Graduação em Medicina: Ciências Médicas, Universidade Federal do Rio Grande do Sul.

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Publicado

2014-08-20

Como Citar

1.
Borges FK, Londero TM, Oliveira FS de, Reznicek L, Bourscheit F, Santigo LC, Siqueira PZ, Machry RV, Bedin S, Furlanetto TW. Adesão medicamentosa em pacientes com múltiplas doenças crônicas: estudo de prevalência em ambulatório de Medicina Interna de um hospital terciário. Clin Biomed Res [Internet]. 20º de agosto de 2014 [citado 28º de março de 2024];34(3). Disponível em: https://seer.ufrgs.br/index.php/hcpa/article/view/47840

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