LIMIARES METABÓLICOS E VENTILATÓRIOS DURANTE O EXERCÍCIO: ASPECTOS FISIOLÓGICOS, METODOLÓGICOS E CLÍNICOS
Palavras-chave:
Limiar anaeróbio, limiar aeróbio, ácido lático, ventilação, freqüência cardíaca, insuficiência cardíacaResumo
Este artigo apresenta uma série de estudos conduzidos para avaliar alguns aspectos metodológicos e fisiológicos de limiares ventilatórios e de lactato em indivíduos sadios e também a utilidade do limiar ventilatório na identificação dos efeitos de intervenções terapêuticas em pacientes com insuficiência cardíaca. Durante um teste de esforço com incremento progressivo de cargas, o ponto a partir do qual a resposta da freqüência cardíaca abandona a linearidade
coincide com o segundo, e não com o primeiro limiar de lactato. A fração de ejeção e a taxa máxima de enchimento do ventrículo esquerdo aumentam até a intensidade do primeiro limiar de lactato, estabilizando em cargas mais elevadas, enquanto a excreção urinária de albumina aumenta significativamente apenas em intensidades acima do primeiro limiar de lactato. Durante
exercício com aumento progressivo de cargas, o fluxo sangüíneo da artéria mesentérica diminui linearmente. Quando concentrações fixas de lactato são utilizadas para detectar limiares, os resultados dependem da velocidade de incrementos de cargas; porém, quando pontos de quebra de lactato ou de ventilação são utilizados, os resultados independem do protocolo utilizado.
Durante exercício prolongado a um consumo de oxigênio estável, variáveis metabólicas e ventilatórias podem ser mantidas em estado de equilíbrio até intensidades correspondentes ao segundo limiar de lactato. Em intensidades acima do segundo limiar, ocorre acúmulo de lactato no sangue e hiperventilação, com indução de fadiga precoce. Em pacientes com insuficiência
cardíaca, a resposta cronotrópica inapropriada ao exercício é determinada por desensitização dos receptores beta. Pacientes com insuficiência cardíaca grave podem apresentar resposta ventilatória periódica ao exercício, que é abolida pela administração de um inodilatador ou após transplante cardíaco. A administração aguda de um inodilatador resulta em aumento imediato
do consumo máximo de oxigênio e do limiar ventilatório em pacientes com insuficiência cardíaca, mas esse aumento não pode ser predito pelos efeitos hemodinâmicos da medicação. Administração crônica do inodilatador resulta em aumento do limiar ventilatório, mas não do consumo máximo de oxigênio, sugerindo um efeito de condicionamento físico.
Unitermos: Limiar anaeróbio, limiar aeróbio, ácido lático, ventilação, freqüência cardíaca, insuficiência cardíaca.
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