A pálida História das Artes Visuais no Brasil: onde estamos negras e negros?

Autores

  • Renata Aparecida Felinto dos Santos Universidade Regional do Cariri — URCA, Juazeiro do Norte

DOI:

https://doi.org/10.22456/2357-9854.94288

Palavras-chave:

Artes visuais. Artistas visuais negros e negras. Lei 10.639/03. História e ensino de artes visuais.

Resumo

Este artigo trata de como as produções em artes visuais que foram e são realizadas por artistas visuais negras e negros têm sido apagadas dos registros históricos, como livros e, consequentemente, do ensino de artes visuais. Quando são apresentados esses protagonismos e produções o são por meio de capítulos específicos em publicações e momentos pontuais em sala de aula para tratar de "arte negra" ou "afro-brasileira", dando a frágil percepção de que estamos incluindo a Lei 10.639/03 no currículo escolar, quando em verdade, continuamos a apartar os saberes da visualidade criados por essas e esses artistas daquele que chamamos de Artes Visuais, com letras maiúsculas. Propormos que artistas visuais negras e negros tenham suas biografias e criações aproximadas dos movimentos artísticos que já são estudados em artes visuais, quando possível, e quando não o for, que sejam apresentadas e apresentados como produção coetânea e paralela ao reconhecimento acadêmico e hegemônico, contextualizando sempre as disputas e supressões de narrativas que colocam o eurocentrismo como eixo da história das artes visuais e da humanidade. Dessa forma, propomos que a decolonialidade seja praticada em sala de aula e não apenas um termo contemporâneo utilizado nos estudos acadêmicos em humanidades numa perspectiva antirracista dos escritos.

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Biografia do Autor

Renata Aparecida Felinto dos Santos, Universidade Regional do Cariri — URCA, Juazeiro do Norte

Doutora em Artes Visuais pelo Instituto de Artes da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, bolsista da CAPES e contemplada pelo PDSE pela mesma agência para 2015. É Mestre em Artes Visuais e Bacharel em Artes Plásticas pela mesma instituição. Licenciada em Artes pelo Programa Especial de Formação Pedagógica (Formação de Professores) do Centro Universitário Belas Artes de São Paulo. Especialista em Curadoria e Educação em Museus de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo. Professora Adjunta de teoria da arte no Curso de Licenciatura em Artes Visuais, Universidade Regional do Cariri/ CE. Coordenadora do Curso de Licenciatura em Artes Visuais/ URCA e do PIBID/ Artes Visuais/URCA. É pesquisadora do grupo de pesquisa Barroco Memória Viva do Instituto de Artes da Universidade Estadual Paulista/ SP. É líder do grupo de pesquisa NZINGA - Novos Ziriguiduns Internacionais e Nacionais Gerados nas Artes Visuais. Conduz o Projeto de Pesquisa YABARTE pela Pró-Reitoria de Pós-Graduação e Pesquisa e o Projeto de Extensão de mesmo nome pela Pró-Reitoria de Extensão. Atua há 20 anos nas artes visuais, dos quais 10 foram dedicados à arte-educação em museus e instituições de arte e cultura tendo sido coordenadora do Núcleo de Educação do Museu Afro Brasil. Foi coordenadora e idealizadora autônoma de projetos de artes visuais e de educação que envolvem os temas das artes visuais, história da arte, culturas africanas e afro-brasileira, identidade, gênero a partir de convites de instituições como o SESC, SESI, Pinacoteca do Estado de São Paulo, ID Brasil, possui vários livros coordenados e publicados pelas editoras Fino Traço e DCL. Como artista visual, vem desenvolvendo trabalhos que relacionam arte, identidade e gênero, tendo participado de diversas exposições no Brasil e no exterior apresentando desde desenhos a performances. Seus últimos trabalhos expostos foram "Diálogos Ausentes", Instituto Itaú Cultural/ SP (2016/2017); "Metrópole: Experiência Paulistana", Pinacoteca do Estado de São Paulo (2017), F Internacional de Arte Contemporânea FIAC-França (2017); Negros Indícios, na Caixa Cultural/SP (2017). 

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Publicado

2019-07-05

Como Citar

SANTOS, R. A. F. dos. A pálida História das Artes Visuais no Brasil: onde estamos negras e negros?. Revista GEARTE, [S. l.], v. 6, n. 2, 2019. DOI: 10.22456/2357-9854.94288. Disponível em: https://seer.ufrgs.br/index.php/gearte/article/view/94288. Acesso em: 28 mar. 2024.

Edição

Seção

Ensino/Aprendizagem das Artes na América Latina: colonialismo e questões de gênero