Sobre os conceitos de censo e amostragem em educação, no Brasil
Resumo
O presente artigo cinge-se a discutir o uso ambíguo do conceito de censo tal como é aplicado à educação, no Brasil, à medida que, em diversas situações, os dados apresentados não são a rigor frutos obtidos de toda a população bem como procura evidenciar que a recorrência às técnicas estatísticas de amostragem, por vezes, é realizada sem respeitar as devidas condições formais estabelecidas para aplicá-las. As consequências sociais e políticas daí advindas não devem ser elididas.
Toma-se como base conceitual para a discussão das acepções de censo escolar adotada pelo Inep e do Recenseamento Escolar do Estado de São Paulo, realizado em 1920, diga-se, um dos raríssimos censos escolares realizados no país, sob a coordenação de Sampaio Dória, diretor geral da instrução pública, à época. Essa base é considerada suficiente para exigir o indispensável rigor às reiteradas aplicações dos conceitos estatísticos, de recenseamento, censo e amostragem, na educação brasileira contemporânea.