Perto do Coração Selvagem: resistência à disciplinarização do feminino e da infância

Autores

  • Nilson Fernandes Dinis Universidade Federal do Paraná

Palavras-chave:

Infância, feminino, gênero, subjetividade.

Resumo

Em Perto do coração selvagem, romance de Clarice Lispector, observamos uma oposição entre o mundo da infância e do feminino e o mundo do adulto e do masculino. Joana, a protagonista mulher e criança, é a víbora, signo do mal tentando os valores do mundo adulto e masculino para o mundo dos prazeres. No processo de disciplinarização da infância, na instituição escolar, a criança aprende também a renunciar ao mundo dos prazeres no presente para buscar um futuro promissor no amanhã. Mas Joana não quer saber de futuros. Ela só vive o momento presente, possui um corpo que se constitui de afetos moventes e imprecisão ameaçando a estabilidade do mundo masculino e adulto. Na escola, com a pergunta sobre o que se ganha quando se é feliz, a menina Joana faz ruir os valores do mundo adulto - nossa prática pedagógica baseada na renúncia do princípio do prazer para a construção do futuro -, ou seja, a realidade tal como é vista e imposta sobre a infância pelo saber do olhar adulto.

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Biografia do Autor

Nilson Fernandes Dinis, Universidade Federal do Paraná

Professor adjunto da Universidade Federal do Paraná. É autor de A arte da fuga em Clarice Lispector (Ed. UEL).

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Publicado

2003-12-01

Como Citar

Dinis, N. F. (2003). Perto do Coração Selvagem: resistência à disciplinarização do feminino e da infância. Educação & Realidade, 28(2). Recuperado de https://seer.ufrgs.br/index.php/educacaoerealidade/article/view/25600

Edição

Seção

Artigos