v. 6 n. 6 (2011): Literaturas das Américas: entre memória e esquecimento

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É oportuna, neste início do século XXI, a preocupação com as relações entre memória e literatura, tendo em vista a emergência de gêneros que têm na memória a base de sua construção como a autobiografia, a autoficção, as escritas de testemunho e até mesmo as que emergem através das redes sociais como os blogs.

O par memória/esquecimento não se coloca em oposição dialética; o esquecimento é elemento constitutivo da própria memória que não pode se manifestar sem os processos de esquecimento, de seleção e de reconstituição através de vestígios e/ou indícios que favorecem o trabalho de preenchimento das lacunas deixadas por lembranças interrompidas.

Nesse sentido, o presente número de Conexão Letras procurou centrar-se na análise das estratégias utilizadas por autores das literaturas das Américas de construir uma memória longa ou de longa duração, com base na recuperação de fragmentos memoriais em circulação no contexto crioulizado das Américas. Foi proposto aos autores dessa edição que refletissem sobre as estratégias que determinam, de um lado, o trabalho, o dever e os abusos de memória, e, de outro, o esquecimento, o não-dito e os mecanismos ativadores de memórias reinventadas. A sexta edição de Conexão Letras corresponde, portanto, a uma tentativa de flagrar o trabalho da anamnese que revela os resíduos oriundos da confluência de memórias voluntárias e involuntárias, inventando temporalidades que a história foi incapaz de reter.

Publicado: 2015-05-11