Gender and emotion in exile: Evelyn Scott and Cyril Kay-Scott’s experience in Brazil (1914-1918)
DOI:
https://doi.org/10.22456/2594-8962.104062Resumo
Historicamente o exílio tem representado parte significativa da vida de escritores, artistas e intelectuais em toda parte. No Brasil, esse movimento migratório ocorreu sobretudo no período das duas grandes guerras. Foi o caso, por exemplo, da escritora americana Evelyn Scott que, no final de 1913, fugiu com Cyril Kay-Scott, um renomado médico e pesquisador, à época, casado, pai de quatro filhos e com mais que o dobro de sua idade. Sem passaportes, levando pouquíssimo dinheiro no bolso, o casal fugiu primeiro para Nova York, em seguida para Londres e finalmente para o Brasil, onde enfrentaram pobreza, fome e isolamento profundo. A experiência foi particularmente dolorosa para Evelyn Scott, que chegara ao Brasil grávida e teve que enfrentar um parto difícil na cidade de Natal (RN). O objetivo deste trabalho é investigar o discurso autobiográfico de Evelyn Scott e Cyril Kay-Scott sobre o longo exílio auto-imposto que viveram no Brasil entre os anos 1914 e 1919. A análise se baseia nas autobiografias Escapade, de Evelyn Scott, e Life is too short, de Cyril Kay-Scott. Evidências indicam que gênero e emoção são aspectos importantes que revelam diferenças não apenas de estilo como também de visões de mundo.