A divisão política da língua: um olhar a partir de narrativas fílmicas
DOI:
https://doi.org/10.22456/2594-8962.85029Resumo
Este artigo se propõe a debater acerca das implicações de pressupostos materialistas para se pensar questões atinentes à emergência de diferentes registros linguísticos no corpo social. A diversidade linguageira é considerada, aqui, desde uma dimensão política, da divisão social dos sujeitos, da língua e dos próprios sentidos por ela produzidos. A diferença não emerge desvinculada do dissenso, que traz ao debate a discussão, sempre profícua, entre língua e luta de classes. As materialidades discursivas que analisamos para problematizar as relações de força nas quais os usos linguísticos estão inseridos são recortes de narrativas fílmicas. A partir delas são pautadas questões como o estatuto da língua em espaços de resistência; a diversidade linguageira e o ideal de correção; a diversidade de usos e exclusão dos sujeitos falantes e o imaginário que constitui os usos escritos e formais nas sociedades letradas. A esse conjunto de questões subjaz, como ponto de convergência, a dimensão política da língua, elemento que entendemos nodal nos debates que pautam a língua enquanto objeto de ensino.