Pessoa em Orpheu: para uma estética não aristotélica

Autores

  • Anderson Hakenhoar Universidade Federal do Rio Grande do Sul

DOI:

https://doi.org/10.22456/2594-8962.60836

Resumo

Fernando Pessoa, na voz do heterônimo Álvaro de Campos, escreveu um artigo intitulado “Apontamentos para uma estética não-aristotélica”, no qual expôs parte de sua concepção de arte, definida em oposição à arte aristotélica. Enquanto Aristóteles entendia a beleza como a principal finalidade da arte, Pessoa afirmava ser possível uma arte baseada na ideia de força, não de beleza. No artigo, os poemas “Ode Triunfal” e “Ode Marítima”, ambos de Campos, são os exemplos de uma arte não-aristotélica; entretanto, um outro texto de Pessoa explorava essa concepção artística, trata-se do drama “O Marinheiro”. O drama estático, como Pessoa o definiu, reflete sobre o fingimento como ato criador, os limites do drama, da criação poética, da intersecção entre realidade e sonho, e, dessa forma, pode ser entendido como a discussão teórica sobre teatro mais importante para a compreensão da heteronímia, que se concretiza como um drama em que cada personagem compõe uma obra poética. Nesse estudo, propõe-se abordar o único texto dramático publicado em vida por Pessoa enquanto representante de suas ideias sobre arte. Para estabelecer essas relações, este estudo parte da concepção de arte do próprio Pessoa, a qual ele mesmo designa como “arte do sonho”, para seguir os caminhos de suas criações estéticas – a saber, o Paulismo e o Interseccionismo – até a data da publicação do drama “O Marinheiro”. Busca-se demonstrar aqui como a obra de Pessoa evoluiu em direção a sua concepção de arte até chegar ao drama “O Marinheiro”, que concretiza-se como exemplar dessa estética e, como drama estático, um ensaio para o “drama em gente”.

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Publicado

2015-12-14

Como Citar

Hakenhoar, A. (2015). Pessoa em Orpheu: para uma estética não aristotélica. Revista Conexão Letras, 10(14). https://doi.org/10.22456/2594-8962.60836