A nação ao redor: da formação enquanto totalidade a interpretações parciais do Brasil
DOI:
https://doi.org/10.22456/2594-8962.55697Resumo
O título deste ensaio é motivado pelo filme O Som ao redor (2012), de Kleber Mendonça Filho, emblemático de um modo contemporâneo de interpretar o Brasil. É ponto de partida e de chegada destas reflexões que buscam colocar em questão o ultrapassamento da estratégia romântico-modernista de interpretar a nação enquanto totalidade, pautada pela epistemologia da “formação”. O deslocamento dessa tradição leva a considerar recortes do cotidiano urbano, na literatura e na cultura midiática dos anos 2000, quando, por outro lado, se reeditam as obras clássicas e canônicas das Ciências Sociais, que programaticamente se impunham a tarefa de interpretar a Nação, ao correr do século XX. Indaga-se se, nessas visões parciais, a Nação deixa de ser o centro de um sistema de significação, embora persista enquanto residual (na acepção de Raymond Williams) em relação à herança da tradição dos intérpretes do Brasil, como é roteirizado em Som ao redor.