PROBLEMÁTICAS ÉTICAS E ESTÉTICAS A PARTIR DO EXEMPLO DE UMA PRÁTICA TEATRAL NA PRISÃO

Autores

  • Marie Urban Universidade de Aix-Marseille, França, e Universität Hildesheim, Alemanha

DOI:

https://doi.org/10.22456/2236-3254.77122

Resumo

A prática do teatro na prisão levanta a ques- tão da participação de profissionais não profissionais em projetos artísticos. Este artigo é uma oportunidade para observar os vínculos entre questões éticas e estéticas, que estão no centro dos discursos sobre a participação, a partir do exemplo muito singular de produção artística nas prisões do coletivo independente de Berlim aufBruch. Para fazer isso, gostaria de voltar ao processo que experimentei várias vezes com o diretor Adrian Figueroa, durante a realização de projetos de teatro e cinema com prisioneiros nas prisões de Plötzensee e Tegel em Berlin. O trabalho é baseado em oficinas de redação e entrevistas com prisioneiros. Nessa oportunidade, descrevo as estratégias de distanciamento implementadas durante esses projetos, a maneira de desenvolver formas literárias próximas à autoficção, em que surge uma tensão entre a vida e a narrativa imaginária. Ao combinar uma abordagem teórica e prática, trata-se de transpor o obstáculo de evitar “expor” os prisioneiros e questionar, por um lado, a função social da arte que pode se afirmar como um espaço agonístico e, por outro lado, enfatizar os aspectos estéticos desses projetos que oscilam entre o espaço autêntico e simbólico. Nesta ocasião, podemos nos perguntar como os corpos encerrados em um lugar “absolutamente diferente” (Foucault) podem ser projetados em outro espaço.

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Biografia do Autor

Marie Urban, Universidade de Aix-Marseille, França, e Universität Hildesheim, Alemanha

Co-tutelante de doutorado pela Escola de Doutorado Línguas, Letras e Artes da Universidade de Aix-Marseille, França, e pela Universität Hildesheim, Alemanha.

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Publicado

2017-11-23

Como Citar

Urban, M. (2017). PROBLEMÁTICAS ÉTICAS E ESTÉTICAS A PARTIR DO EXEMPLO DE UMA PRÁTICA TEATRAL NA PRISÃO. Cena, (23), 50–61. https://doi.org/10.22456/2236-3254.77122