DECORPORALIDADE: A (DES)CONSTRUÇÃO DE UM CORPO QUE PERFORMA LUGAR E NARRATIVAS

Autores

  • Ângela Aquino Ribeiro Universidade Federal da Bahia - UFBA
  • Janja Araújo Universidade Federal da Bahia - UFBA

DOI:

https://doi.org/10.22456/2236-3254.72626

Palavras-chave:

Corporalidade, Capoeira Angola, memória, performance, decolonização

Resumo

Decorporalidade: a (des)construção de um corpo que performa lugar e narrativas. O presente artigo é uma reflexão acerca do corpo, desenvolvida a partir doze anos de pesquisa no universo da Capoeira Angola. Tem como cerne de discussão a ideia de decorporalidade, ou seja, a (des)construção de narrativas corporificadas e a inclusão de outras abordagens sobre o corpo objetificado. A Capoeira Angola surge aqui como performance, ou seja, expressão da experiência pretafricana no Brasil, marcada por uma corporalidade própria que embora apresente um corpo aparentemente cotidiano, está longe de ser espontâneo. Seus movimentos elaboradamente codificados trazem uma outra cena do Brasil, dessa vez, registrada no território do corpo. A corporeidade da Capoeira Angola engendra uma desconstrução corporal e envereda pelos caminhos da alteridade e da diferença; da Ancestralidade; das margens e encruzilhadas, da terra e não mais do céu, do passado e não mais do futuro e no reconhecimento da morte, como dimensão da vida e não como oposição a ela. Adentra numa outra dimensão de tempo e espaço que coloca sobre suspeição o conhecimento positivista consagrado a partir dos pilares da igualdade, do progresso, do futuro e da fraternidade; da vida e da morte, norteadores do pensamento capitalista e do projeto colonizador.

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Biografia do Autor

Ângela Aquino Ribeiro, Universidade Federal da Bahia - UFBA

Doutora pelo Programa Multi-institucional e Multidisciplinar de Produção e Difusão de Conhecimento na UFBA em rede com a Universidade do Estado da Bahia/Instituto Federal da Bahia e Senai/Simatec. Mestre em Artes Cênicas pela Universidade Federal da Bahia e graduação em Letras - Língua Portuguesa e Literaturas Correspondentes pela Universidade Estadual de Maringá. Atriz formada pelo Instituto de Artes e Ciências de São Paulo e Jornalista com registro profissional na Federação Nacional dos Jornalistas desde o ano de 1996, pela atuação na área por mais de 20 anos. Com atuação transdisciplinar atuai como docente na área de Teatro, Literatura brasileira e Literatura Dramática; além de atuar como atriz e jornalista, com ênfase no jornalismo impresso. Fui pesquisadora da Universidade Federal de São Paulo- USP, com bolsa do Cnpq, para atuar junto ao Centro de Pesquisa Latino-Americano-Cbela, órgão vinculado à Escola de Comunicação e Artes-ECA, pesquisando Mitos e Lendas comuns da América Latina. Capoeirista desde o ano de 2005, junto ao Grupo Zimba de Capoeira Angola. Produtora de projetos fomentados pelos órgãos públicos de cultura, tais como as leis de incentivo municipais e a Fundação Palmares, voltados para a Capoeira Angola como um saber com uma epistemologia própria e cuja Difusão do Conhecimento parte dos pilares básicos da cultura africana, tais como a Oralidade, a Memória e a Corporalidade.

Janja Araújo, Universidade Federal da Bahia - UFBA

Professora da Faculdade de Educação e do Bacharelado de Estudos de Gênero e Diversidade -BEGD/NEIM da Universidade Federal da Bahia - Faced/UFBA. Pesquisadora nos grupos de pesquisa: A Cor da Bahia (Programa de Pesquisa e Formação em Relações Raciais), Cultura e Identidade Negra na Bahia (UFBA), Rede Cooperativa de Pesquisa e Intervenção em Informação, Currículo e Trabalho/Redpect (UFBA) e Núcleo de Estudos Interdisciplinares sobre a Mulher (NEIM/UFBA). Professora do Doutorado Multi-institucional e Multidisciplinar de Difusão do Conhecimento/DMMDC-UFBA.

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Publicado

2018-08-31

Como Citar

Ribeiro, Ângela A., & Araújo, J. (2018). DECORPORALIDADE: A (DES)CONSTRUÇÃO DE UM CORPO QUE PERFORMA LUGAR E NARRATIVAS. Cena, (26), 86–100. https://doi.org/10.22456/2236-3254.72626

Edição

Seção

Memória