A ORIGEM DO ESTRANHAMENTO: PROVOCAÇÕES INTERTEXTUAIS EM EU, TITUBA, FEITICEIRA... NEGRA DE SALEM
DOI:
https://doi.org/10.22456/2236-6385.93158Palavras-chave:
Literatura caribenha, Memória, Gêneros literários, Literatura comparadaResumo
Este trabalho tem por objetivo investigar a origem do estranhamento provocado pela leitura de Eu, Tituba, feiticeira... Negra de Salem (1986), de Maryse Condé. Ambientada no século XVII, o livro trata de Tituba, negra natural da ilha de Barbados e escravizada na América do Norte. Conforme as teorias Leonor Arfuch (2010), Ingedore Koch (2012) e Ritchie Robertson (2009), a análise revela que Eu, Tituba... é, estilisticamente, uma espécie de mock-epic pós-moderno, projetada com o intuito consciente de desafiar os códigos de expectativa do receptor. Uma performance poética que celebra a cultura e a espiritualidade caribenhas, com fortes elementos de fantasia, interpelando temas como racismo, misoginia, a opressão das estruturas coloniais e o apagamento do negro da história.
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