A APROPRIAÇÃO DE NOÇÕES CULTURAIS PELA CRIANÇA: UMA EXPERIÊNCIA DE SIGNIFICAÇÃO NA LÍNGUA-DISCURSO

Autores

  • Carmen Luci da Costa Silva Departamento de Letras Clássicas e Vernáculas da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
  • Giovane Fernandes Oliveira UFRGS

DOI:

https://doi.org/10.22456/2236-6385.70557

Resumo

Este artigo objetiva analisar a apropriação de noções culturais pela criança como uma experiência de significação na língua-discurso. A partir da Teoria da Enunciação de Benveniste (2005; 2006) e da Teoria Enunciativa da Aquisição da Linguagem de Silva (2007; 2009), são analisados três fatos enunciativos de uma criança acompanhada longitudinalmente dos onze meses aos três anos e quatro meses. Em cada um desses fatos, observa-se como a criança se apropria da noção de susto como fato de cultura constitutivo da sociedade humana. Os resultados da análise sugerem que a significação de assustar (assustar e ser assustado) é determinada, em cada fato enunciativo, pela operação de aquisição ao qual este pertence: o primeiro fato é determinado pelo efeito do preenchimento de lugares enunciativos na operação de intersubjetividade; o segundo fato é determinado pela nomeação relacionada a um duplo movimento de dizer-mostrar na operação de referência; o terceiro fato é determinado pelo relato e pela projeção de ações pela criança na operação de sua inscrição enunciativa na língua-discurso.

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Biografia do Autor

Carmen Luci da Costa Silva, Departamento de Letras Clássicas e Vernáculas da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)

Professora Associada em Língua Portuguesa no Departamento de Letras Clássicas e Vernáculas da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Graduada em Letras, com ênfase em Licenciatura de Língua Portuguesa e Literaturas de Língua Portuguesa, pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Mestre e Doutora em Estudos da Linguagem pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Docente permanente do Programa de Pós-Graduação em Letras da UFRGS, credenciada na linha de pesquisa Análises Textuais, Discursivas e Enunciativas. Orientadora de mestrado e de doutorado, com atuação nos seguintes temas: teorias enunciativas, com ênfase nas perspectivas de Émile Benveniste e de Oswald Ducrot; aquisição e ensino de língua materna; análises textuais; leitura e produção de textos. Desenvolve pesquisas e apresenta publicações em análises textuais, aquisição e ensino-aprendizagem de língua materna embasadas na perspectiva enunciativa de linguagem. Participou da organização do Dicionário de Linguística da Enunciação. Integrou as comissões de elaboração da proposta de criação do curso de Fonoaudiologia da UFRGS e a de reforma curricular do Curso de Licenciatura em Letras da UFRGS. Coordenou de 2010 a 2015 o Projeto Leitura e Produção de Textos em Língua Portuguesa no âmbito do Programa de Apoio à Graduação da UFRGS.

Giovane Fernandes Oliveira, UFRGS

Graduando em Licenciatura em Letras, com ênfase em Língua Portuguesa, Língua Francesa e suas Literaturas, pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), bolsista de iniciação científica PIBIC-CNPq

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Publicado

2017-01-11

Como Citar

DA COSTA SILVA, C. L.; OLIVEIRA, G. F. A APROPRIAÇÃO DE NOÇÕES CULTURAIS PELA CRIANÇA: UMA EXPERIÊNCIA DE SIGNIFICAÇÃO NA LÍNGUA-DISCURSO. Cadernos do IL, [S. l.], n. 52, p. 402–420, 2017. DOI: 10.22456/2236-6385.70557. Disponível em: https://seer.ufrgs.br/index.php/cadernosdoil/article/view/70557. Acesso em: 19 abr. 2024.

Edição

Seção

Artigos de estudos literários