Na aquarela do discurso: memória, metáfora e metonímia
DOI:
https://doi.org/10.22456/2236-6385.103005Palavras-chave:
memória, metáfora, metonímia.Resumo
Este trabalho, à luz da Análise do Discurso, mobiliza as noções teóricas memória, metáfora e metonímia. Como objeto de análise, trazemos a música Aquarela, de Toquinho. Por meio dessa materialidade discursiva, notamos o ecoar da memória, num espaço complexo de repetição e regularização, mas também de deslocamentos e conflitos. É um local movente e amplamente propício para outros dizeres. Outrossim, visualizamos a perturbação da metáfora, o (des)colorir dos sentidos para que outros possam ser pintados, numa nova trajetória onde os sentidos estilhaçam-se, num ritual que sempre pode falhar. Por outro lado, notamos a tentativa da metonímia de estabilização, de reconstrução dos sentidos, de tentar tratar da perturbação. Observamos que memória, metáfora e metonímia se constituem, imbricam-se no jogo da língua.
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