“Constituinte pra valer tem que ter palavra de mulher”: Movimento de Mulheres do IAJES, Movimento Regional de Mulheres e a luta por democracia no Brasil
DOI:
https://doi.org/10.22456/1983-201X.89908Palavras-chave:
mobilização, Constituinte, movimentos de mulheres e feministas, democracia, cidadania.Resumo
O objetivo do presente artigo é apresentar a mobilização do Movimento de Mulheres do Instituto Administrativo Jesus Bom Pastor (IAJES) e do Movimento Regional de Mulheres (MRM), rede formada no interior de São Paulo e Mato Grosso do Sul, na construção da Carta das Mulheres aos Constituintes de 1987. A Carta, resultado de histórica campanha intitulada Mulher e Constituinte, do
Conselho Nacional de Direitos da Mulher (CNDM), foi resultado de ampla discussão a nível nacional de inúmeros movimentos de mulheres e feministas que, entre 1985 e 1987, debateram e coletaram assinaturas para garantir “demandas das mulheres” na nova Constituição (1988). Para tal, são analisados relatórios, atas e demais documentos dos grupos que se encontram reunidos no acervo do IAJES, que integra o Núcleo de Documentação Histórica Honório de Souza Carneiro (NDH), da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul, Campus de Três Lagoas. Realizando um jogo de escala, o grupo de mulheres do IAJES,
que compunha o MRM, será desvelado como forma de explicitar as dinâmicas e ações cotidianas das mulheres comuns que assinam a carta. A documentação selecionada permite uma reflexão fundamental sobre os movimentos de mulheres e feministas de ontem e de hoje, bem como as sensíveis aproximações e afastamentos desses grupos.
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