USO DE PSICOFÁRMACOS ENTRE IDOSOS USUÁRIOS DO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE E DO PLANO DE SAÚDE SUPLEMENTAR

Autores

  • Graziela Maria Ferraz de Almeida Faculdade de Medicina de Marília
  • Carlos Alberto Lazarini Faculdade de Medicina de Marília
  • Isabel Cristina Aparecida Stefano Departamento Regional de Saúde (DRS IX)
  • Elaine Cristina Salzedas Muniz Faculdade de Medicina de Marília.
  • Vanessa Cliveralo Bertassi Panes Universidade de São Paulo, Faculdade de Odontologia de Bauru
  • Maria José Sanches Marin Faculdade de Medicina de Marília

DOI:

https://doi.org/10.22456/2316-2171.77276

Palavras-chave:

Envelhecimento

Resumo

Objetivo: Comparar o uso de psicofármacos entre idosos que utilizam o Sistema Único de Saúde (SUS) e aqueles que utilizam o Plano de Saúde Suplementar (PSS). Método: Estudo quantitativo e retrospectivo realizado a partir de dois bancos de dados sendo: 239 idosos usuários do PSS e 114 usuários da Estratégia Saúde da Família (ESF). As análises estatísticas foram realizadas por meio do software Statistical Package for Social Sciences (SPSS) versão 17.0 para Windows. As análises inferenciais foram realizadas por meio do teste de qui-quadrado de Pearson e a extensão do teste exato de Fisher. Resultados: Entre os usuários do SUS, 53% têm de 60 a 69 anos e 13% mais de 80 anos; entre os usuários do PSS, 37% têm de 60 a 69 anos e 24% mais de 80 anos. Entre os usuários do SUS há maior prevalência de pele negra ou parda, baixa escolaridade e classe socioeconômica mais baixa. Encontrou-se que 68% dos usuários do SUS e 60% daqueles que utilizam o PSS não fazem uso de psicofármacos. Os psicofármacos mais prescritos são os antidepressivos. A amitriptilina, fluoxetina, diazepam, clonazepam e alprazolam, que são fármacos contidos em medicamentos de menor custo, porém, considerados potencialmente inapropriados para idosos, foram prescritos principalmente aos usuários do SUS. Conclusão: Os usuários do SUS e do PSS apresentam características sociodemográficas diferenciadas. Os usuários do SUS utilizam maior quantidade de medicamentos potencialmente inapropriados, enquanto aos usuários do plano de saúde são prescritos medicamentos tecnologicamente mais avançados e com menor possibilidade de desencadear efeitos indesejáveis.

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Biografia do Autor

Graziela Maria Ferraz de Almeida, Faculdade de Medicina de Marília

Estudante do Curso de Enfermagem da Faculdade de Medicina de Marília.

Carlos Alberto Lazarini, Faculdade de Medicina de Marília

Farmacêutico, doutor em Farmacologia, docente, disciplina de Farmacologia da Faculdade de Medicina de Marília

Isabel Cristina Aparecida Stefano, Departamento Regional de Saúde (DRS IX)

Enfermeira, mestre pelo Programa de Pós Graduação Mestrado Acadêmico em Saúde e Envelhecimento, Faculdade de Medicina de Marília.

Elaine Cristina Salzedas Muniz, Faculdade de Medicina de Marília.

Enfermeira, mestre pelo Programa de Pós Graduação Mestrado Acadêmico em Saúde e Envelhecimento, Faculdade de Medicina de Marília.

Vanessa Cliveralo Bertassi Panes, Universidade de São Paulo, Faculdade de Odontologia de Bauru

Doutoranda da Faculdade de Odontologia de Bauru da Universidade de São Paulo

Maria José Sanches Marin, Faculdade de Medicina de Marília

Doutora em Enfermagem e Docente do Programa de Pós Graduação Mestrado Acadêmico em Saúde e Envelhecimento Faculdade de Medicina de Marília

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Publicado

2019-11-21

Como Citar

Almeida, G. M. F. de, Lazarini, C. A., Stefano, I. C. A., Muniz, E. C. S., Panes, V. C. B., & Marin, M. J. S. (2019). USO DE PSICOFÁRMACOS ENTRE IDOSOS USUÁRIOS DO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE E DO PLANO DE SAÚDE SUPLEMENTAR. Estudos Interdisciplinares Sobre O Envelhecimento, 24(2). https://doi.org/10.22456/2316-2171.77276

Edição

Seção

Artigos originais