QUALIDADE DE VIDA PERCEBIDA E ATIVIDADE FÍSICA: UM ESTUDO EM IDOSAS ACIMA DE 80 ANOS PARTICIPANTES DE UM PROGRAMA MUNICIPAL DE SAÚDE DA TERCEIRA IDADE NA SERRA GAÚCHA, RS.

Autores

  • Neivo André Lima Bazzanella Hospital Unimed, Caxias do Sul, RS.
  • João Carlos Jaccottet Piccoli Universidade Feevale
  • Daniela Müller de Quevedo Universidade Feevale

DOI:

https://doi.org/10.22456/2316-2171.48949

Palavras-chave:

Qualidade de Vida, Atividade física, Envelhecimento.

Resumo

Trata-se de um estudo de caráter descritivo, de corte transversal, que teve por objetivo verificar o nível de qualidade de vida percebida e de atividade física de idosas acima de 80 anos participantes do Programa Municipal de Saúde da Terceira Idade na Região da Serra Gaúcha, RS. Foram 58 idosas, avaliadas com idade igual ou superior a 80 anos. Os dados foram coletados entre outubro e novembro de 2013 através dos seguintes instrumentos de investigação: Questionário sociodemográfico; WHOQOL – OLD; IPAQ, adaptado para idosos. Os resultados foram tabulados e submetidos à análise através de estatística descritiva e correlação de Spearman utilizando-se o SPSS versão 20.0. Os resultados do presente estudo apontam que 94,8% das idosas possuem ensino fundamental incompleto, 82,8% recebem de dois a cinco salários mínimos, 67,2% residem sozinhas, 91,4% são viúvas. Com uma pontuação de 60,25±8,25, as idosas tem uma percepção regular sobre a sua satisfação com a saúde e sua qualidade de vida e através do WHOQOL-Old a maior pontuação foi observada nos domínios “Atividades passadas, presentes e futuras” (71,44±10,73)  e “Participação social” (71,44±10,73) e a menor, no domínio “Intimidade” (23,81±30,35). Enquanto pelo WHOQOL-Bref, as menores pontuações aconteceram no domínio físico, relativo à dor/desconforto, energia/fadiga, sono/repouso, mobilidade, atividades da vida cotidiana, dependência de mediação ou de tratamentos e/ou capacidade de trabalho (65,20±9,93). Já as atividades físicas realizadas em diferentes domínios do IPAQ-Old, 100,0% das idosas foram classificadas como insuficientemente ativas. Concluiu-se que foi constatada uma percepção satisfatória sobre a sua satisfação com a saúde e qualidade de vida e uma classificação insuficientemente ativa na prática da atividade física.

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Biografia do Autor

Neivo André Lima Bazzanella, Hospital Unimed, Caxias do Sul, RS.

Enfermeiro Auditor Interno responsável pela análise das contas particulares e convênios. Orienta e propõe novas soluções técnicas e melhorias contínuas nos processos. Realiza análise de contestações de glosas. Conhecimento da SAE Sistematização da Assistência de Enfermagem e do processo de Acreditação Hospitalar (ONA), promovendo melhoria dos resultados da qualidade assistencial. Mestre em Diversidade Cultural e Inclusão Social pela FEEVALE. Especialista em Gestão Hospitalar e Saúde Pública com ênfase em Saúde da Família pela UNINTER e Especialização em Acreditação: Qualidade no Serviço de Saúde pela Faculdade de Ciências Médicas de Minas Gerais.

João Carlos Jaccottet Piccoli, Universidade Feevale

Possui graduação em Letras pela Universidade Católica de Pelotas (1973), graduação em Educação Física pela Universidade Federal de Pelotas (1977), Pelotas, RS, Brasil, especialização em Ginástica pela Universidade Federal de Pelotas (1979), Pelotas, Rio Grande do Sul, Brasil, mestrado em Educação Física pela Iowa State University (1982), Ames, Iowa, USA e doutorado em Educação Física na Ohio State University (1985), Columbus, Ohio, USA. Professor adjunto IV,  aposentado da ESEF/UFPel (1978-1998). Atualmente é professor titular da Universidade Feevale e atua no Curso de Educação Física, Programa de Pós-Graduação em Diversidade Cultural e Inclusão Social e no MBA em Gestão em Saúde. Tem experiência na área da Educação Física escolar e participa de pesquisas na área interdisciplinar nos seguintes temas: envelhecimento, atividade física e qualidade de vida.

Daniela Müller de Quevedo, Universidade Feevale

Possui graduação em Matemática pela Universidade Federal de Santa Maria (1995), mestrado em Matemática pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (1999) e doutorado no Instituto de Pesquisas Hidráulicas da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (2008). Atualmente é professor adjunto da Universidade Feevale atuando na graduação e pós-graduação. Tem experiência na área de Probabilidade e Estatística, com ênfase em Probabilidade e Estatística Aplicadas, atuando principalmente nos seguintes temas: Séries Temporais, Longa Dependência, Modelos ARFIMA com d fracionário e Teoria de Valores Extremos. Participa no Centro de Pesquisa e Planejamento CPP da Universidade Feevale desde 2002 e atua como líder no projeto de Extensão Assessoria e Consultoria em Pesquisa, que tem como foco a análise estatística em pesquisas internas da Feevale (Avaliação Institucional), pesquisas para o público externo (pesquisas de mercado, satisfação, clima, entre outros) e análise estatística para alunos e professores da Universidade Feevale. Também participa no Projeto Laboratório de Matemática desde o ano de 2000 que tem como foco desenvolver os pré-requisitos das disciplinas de matemática (matemática básica) com os alunos de graduação.

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Publicado

2015-09-02

Como Citar

Bazzanella, N. A. L., Piccoli, J. C. J., & Quevedo, D. M. de. (2015). QUALIDADE DE VIDA PERCEBIDA E ATIVIDADE FÍSICA: UM ESTUDO EM IDOSAS ACIMA DE 80 ANOS PARTICIPANTES DE UM PROGRAMA MUNICIPAL DE SAÚDE DA TERCEIRA IDADE NA SERRA GAÚCHA, RS. Estudos Interdisciplinares Sobre O Envelhecimento, 20(1). https://doi.org/10.22456/2316-2171.48949

Edição

Seção

Artigos originais