A memória afrodescendente nos museus brasileiros: o caso do Museu Mariano Procópio

Autores

  • Maraliz de Castro Vieira Christo Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), Brasil

DOI:

https://doi.org/10.22456/2179-8001.98275

Palavras-chave:

Memória afrodescendente. Museu Mariano Procópio.

Resumo

O Museu Mariano Procópio originou-se de uma coleção particular, formada entre os séculos XIX e XX, por Alfredo Ferreira Lage, e doada por este ao município de Juiz de Fora. Ao identificarmos representações de afrodescendentes no acervo, nos interrogamos sobre sua procedência. Pode-se agrupá-las em três categorias: as adquiridas pela instituição, reforçando um discurso conservador; aquelas doadas pelos  próprios artistas difundindo seus trabalhos; e, a maioria, as que receberam o prêmio aquisitivo da prefeitura, quando expostas no Salão da Sociedade de Belas Artes Antônio Parreiras, entre os anos de 1950 a 1980, e foram alocadas no museu, rompendo antigos cânones.

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Biografia do Autor

Maraliz de Castro Vieira Christo, Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), Brasil

Doutora pela UNICAMP. Foi bolsista da Foundation Getty junto ao Institut National d’Histoire de l’Art de Paris. Recebeu o Grande Prêmio Capes de Tese em 2006. Fez estágio pós-doutoral na Universitat Jaume I de Castelló, Espanha, e na Escuela Nacional de Antropología e Historia-INAH, México. Atualmente é professora Associada da UFJF, pesquisadora do CNPq e FAPEMIG, membro do CBHA.

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Arquivos adicionais

Publicado

2019-11-25

Como Citar

Christo, M. de C. V. (2019). A memória afrodescendente nos museus brasileiros: o caso do Museu Mariano Procópio. PORTO ARTE: Revista De Artes Visuais (Qualis A2), 24(42). https://doi.org/10.22456/2179-8001.98275

Edição

Seção

DOSSIÊ: Apagamentos da memória na arte