Dez homens vieram, apenas três retornaram – o artista quando terminal
DOI:
https://doi.org/10.22456/2179-8001.109618Palavras-chave:
Pandemia. Resistência. Bem comum. Autoficção. AIDS.Resumo
A partir do momento em que seus autores se descobrem terminais, as obras dos artistas Felix Gonzalez-Torres, José Leonilson e Pepe Espaliú protagonizam a ficção de suas próprias mortes, enquanto morrem de fato. Despem inferiorizações conceituais ou espetacularizações sobre afeto e partida, para vestir uma iconografia testamentária, autorizada pelo extremo circunstancial: a AIDS oitentista. Legitimam narrativas de grandes questões universais contemporâneas, como direito à vida, senso comunitário, acesso terapêutico, políticas farmacológicas e propriedade industrial. Legam visões de mundo que ajudam a moldar atuais articulações de resistência comunal, tanto às pandemias em si quanto ao biopoder do arbítrio oficial sobre elas.
Abstract
From the moment when those artists discover themselves disillusioned, the Felix Gonzalez-Torres, José Leonilson and Pepe Espaliú artworks featured the fiction of their own deaths, while they are actually dying. Take them off its possible lower connotations and spectacular endowments about sharing and leaving speeches, to put them on a testamentary iconography, authorized by the extremes circumstances: the 1980’s AIDS. Its legitimize narratives of great universal and contemporary issues, such as life rights, common sense, therapeutic access, pharmacological policies and industrial property. Its bequeath worldviews that help to shape present-day communal resistance articulations, both to the pandemics themselves and to the biopower of the government will over them.
Downloads
Referências
AVGIKOS, Jan; CAHAN, Susan; ROLLINS, Tim. Felix Gonzales-Torres.
Londres: Art Press, 1993.
BELTING, Hans. O fim da história da arte – uma revisão dez anos depois. São Paulo: Cosac Naify, 2012.
BISHOP, Claire. Installation art: a critical history. Londres: Tate Publishing, 2005.
BUTLER, Judith. Relatar a si mesmo: crítica da violência ética. São Paulo: Autêntica Editora, 2015.
CARRYING. Direção: Nekane Elizondo; Aitzpea Iribar; Rosa M. Segués. San Sebastian, Galería Pepe Cobo – Madri, 1992 (MP4, 20'38'', som, cor).
ESPALIÚ, Pepe. La imposible verdad – Textos 1987-1993. Madri: La Bella Varsovia, 2018.
ESPALIÚ, Pepe. Pepe Espaliú. Zehar – revista de Arteleku-ko aldizkaria, San Sebastian, n. 17, p. 4-7, set.-out-.1992a. ISSN 1133-844X. Entrevista a Javier
San Martin.
ESPALIÚ, Pepe. Retrato del artista desahuciado. El país, Madri, 01 dez. 1992b. Disponível em <https://elpais.com/diario/1992/12/01/opinion/723164411_850215.html >. Acessado em: 02 maio 2019.
GIBBONS, Joan. Contemporary art and memory: images of recollection and remembrance. Nova Iorque: Bloomsbury, 2007.
GÜNER, Fisun. Felix Gonzalez-Torres: playfully teasing, deadly serious. The Guardian, Londres, 18 maio 2016. Disponível em:
https://www.theguardian.com/artanddesign/2016/may/18/felix-gonzalez-torresplayfullyteasing-deadly-serious >. Acessado em: 14 maio 2019.
LAGNADO, Lisette. Leonilson: são tantas as verdades. São Paulo: Fiesp, 1998.
LAGNADO, Lisette. O pescador de palavras. In: José Leonilson: são
tantas as verdades, 1996, São Paulo. São Paulo: Galeria de Arte do SESI-SP, 1995, 30 p. Catálogo de exposição.
MILLER, M. H. A colossal new show revisits a conceptual art icon. New York Times, Nova Iorque, 11 maio 2017. Disponível em:
https://www.nytimes.com/2017/05/11/t-magazine/art/feliz-gonzalez-torreszwirner-new-york-show.html . Acessado em: 18 maio 2019.
SAFATLE, Vladimir. O circuito dos afetos – corpos políticos, desamparo e o fim do indivíduo. São Paulo: Cosac Naify / Autêntica Editora, 2016.
SELZ, Peter; STILES, Kristine. Theories and documents of contemporary art– a sourcebook of artists' writings. Berkeley: University of California Press, 2012.
Arquivos adicionais
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
Autores mantêm os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho licenciado sob a Creative Commons Atribuição-NãoComercial-CompartilhaIgual 4.0 Internacional (CC BY-NC-SA 4.0).
Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista, como publicar em repositório institucional, com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista, quando for o caso.
Os artigos são de acesso aberto e uso gratuito, com atribuições próprias em atividades educacionais, de pesquisa e não comerciais.