Como a Renascença Ausente Tornou-se o Barroco em Castela (E Por que Isto Deveria Nos Importar)

Autores

  • Hans Ulrich Gumbrecht Standford University

Resumo

Do ponto de vista da história política [como Maquiavel muito bem entendera], nenhuma sociedade Europeia tornou-se “moderna” antes que a de Castela e Aragão. Isso tinha a ver com um surgimento comparativamente precoce dos papéis da ‘Subjetividade” nesses reinos. Mas, diferentemente da Itália, sobretudo, e mais tarde na Alemanha, o surgimento da Subjetividade em Castela e Aragão não acreditava numa revisão programática do conhecimento social e “científico” [prova de que a “redescoberta da Antiguidade Clássica” sempre permaneceu uma preocupação secundária na Espanha]. Como consequência [e como, por exemplo, a estrutura básica do romance picaresco mostra], dois mundos e esferas da ação, o da política – moderna – e o da vida cultural e religiosa – muito conservadora foram mantidos estritamente separados. Mas, enquanto que essa separação era também experienciada como uma dimensão de manobra estratégica potencial, isso se tornaria crescentemente numa nova concepção de vida e de universo, numa prática intelectual de oscilação entre dois domínios ontológicos, durante os século XVI, produzindo o que viríamos a chamar de “cultura de Idade de Ouro” ou “Barroco Espanhol” [pensem na “peça entre mundos diferentes” no Dom Quixote de Cervantes e no “Grande Teatro do Mundo” de Calderón]. Acontecendo entre o final do século XV e a metade do século XVII, essa estória excêntrica oferece uma compreensão diferente e particularmente complexa dos conceitos dos períodos “Renascença” e “Barroco”.

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Publicado

2010-08-02