Estudo de inclusões fluidas do Granito Parapente, Gaspar (SC): implicações para a evolução tectônica da Zona de Cisalhamento Itajaí-Perimbó

Autores

  • Ingrid W. HADLICH Programa de Pós-graduação em Geociências, Instituto de Geociências, Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
  • Fernando J. ALTHOFF Departamento de Geociências, Universidade Federal de Santa Catarina.
  • Luiz Henrique RONCHI Centro de Engenharias, Curso de Engenharia Geológica, Universidade Federal de Pelotas.
  • Michel DUBOIS Laboratoire de Génie Civil et géo-Environnement (LGCgE, EA 4515), Université Lille1. Bâtiment SN5, 59655, Villeneuve D’Ascq CEDEX, França.

DOI:

https://doi.org/10.22456/1807-9806.83264

Palavras-chave:

Cinturão Dom Feliciano, geotectônica, filonito.

Resumo

Ao colocar rochas do Complexo Metamórfico Brusque em contato com rochas da Bacia do Itajaí, a Zona de Cisalhamento Itajaí-Perimbó assinala o limite entre os domínios central e externo do Cinturão Dom Feliciano no Escudo Catarinense. A evolução desta estrutura de escala crustal pode ser investigada por meio do estudo do Granito Parapente, que aflora no Município de Gaspar em meio à zona de cisalhamento. Com idade de cristalização de 843 Ma, este granito tipo A é um excelente marcador de deformação relacionada ao funcionamento da zona de cisalhamento. Para estimar condições de temperatura, pressão e profundidade relacionadas à deformação foram analisadas inclusões fluidas em três tipos de quartzo do Granito Parapente. As temperaturas mínimas de aprisionamento e as pressões e profundidades médias obtidas pelas inclusões fluidas são as seguintes: 220-190ºC, 6 kbar e ~23 km, para o quartzo I, da fácies menos deformada do granito, considerado mais antigo; 160-130ºC, 4 kbar e 14 km, para o quartzo II, de filonito, formado em etapa mais recente da evolução da zona de cisalhamento; e 260-220ºC, 190-170ºC, <12 km e <3 kbar para o quartzo III, de veio que corta a foliação da zona de cisalhamento. A variação de profundidade evidenciada para a formação dos quartzos I e II atesta que a zona de cisalhamento funcionou inicialmente como cavalgamento, alçando o Granito Parapente em cerca de 10 km em níveis crustais intermediários. Nos três tipos de quartzo foram observadas inclusões com fluidos aquosos com salinidades baixas, o que evidencia que a Zona de Cisalhamento Itajaí-Perimbó foi conduto para fluidos durante um longo período.

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Publicado

2017-05-28

Como Citar

HADLICH, I. W., ALTHOFF, F. J., RONCHI, L. H., & DUBOIS, M. (2017). Estudo de inclusões fluidas do Granito Parapente, Gaspar (SC): implicações para a evolução tectônica da Zona de Cisalhamento Itajaí-Perimbó. Pesquisas Em Geociências, 44(3), 401–416. https://doi.org/10.22456/1807-9806.83264