Descarga sólida em suspensão do sistema fluvial do Guaíba, RS, e sua variabilidade temporal

Autores

  • João S. de ANDRADE NETO Programa de Pós-Graduação em Geociências, Instituto de Geociências, Universidade Federal do Rio Grande do Sul
  • Letícia T. RIGON Programa de Pós-Graduação em Geociências, Instituto de Geociências, Universidade Federal do Rio Grande do Sul
  • Elírio E. TOLDO JR. Programa de Pós-Graduação em Geociências, Instituto de Geociências, Universidade Federal do Rio Grande do Sul
  • Carlos A. F. SCHETTINI Departamento de Oceanografia, Universidade Federal de Pernambuco

DOI:

https://doi.org/10.22456/1807-9806.35910

Palavras-chave:

sedimento em suspensão, descarga sólida em suspensão, rio Guaíba

Resumo

O presente trabalho apresenta uma avaliação da variação temporal da descarga sólida em suspensão no sistema fluvial do Guaíba. Foi utilizada uma base de dados históricos entre 2003 a 2006, constituída de vazões diárias dos rios afluentes (rios Jacuí, Sinos e Caí), e da turbidez da água monitorada em intervalos de 30 minutos na estação de tratamento de água do Departamento Municipal de Água e Esgoto (DMAE). Os dados de turbidez foram convertidos em concentração de sedimentos em suspensão (CSS) através da calibração do sensor de turbidez com amostras de sedimentos em suspensão coletadas no Guaíba. Também foi realizada uma validação da estação de monitoramento para verificar se os dados obtidos a partir da estação representavam as condições simultâneas no Guaíba. Os dados de turbidez foram reduzidos para médias diárias. Foi elaborada a curva chave de CSS (em kg.m-3) em função da vazão (Q em m3.s-1), representada por CSS(Q) = 0,0057 + 0,0045 Q 0,2884 com r2 = 0,68. A descarga sólida em suspensão foi obtida pelo produto simples entre a vazão e a CSS. Os resultados demonstraram que a descarga sólida em suspensão varia consideravelmente ao logo do tempo, principalmente durante eventos de alta vazão de curta duração. A maior parte dos sedimentos em suspensão é transportada com valores de vazões entre 1.000 e 3.000 m3.s-1 e representou 47,2% do total. O valor médio de descarga sólida transportada para a Lagoa dos Patos entre os períodos de 2003 a 2006 foi da ordem de 1,1 x 106 t/ano, o que representa uma exportação da ordem de 400.000 m3 de sedimentos (2.650 kg/m3) da bacia de drenagem do rio Guaíba para os sistemas deposicionais lagunares e, posteriormente a plataforma continental adjacente.

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Biografia do Autor

João S. de ANDRADE NETO, Programa de Pós-Graduação em Geociências, Instituto de Geociências, Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Graduado em Oceanografia pela Universidade do Vale do Itajaí (UNIVALI) em 2008. Atualmente mestrando no curso de Geociências em Geologia Marinha no Centro de Estudos de Geologia Costeira e Oceânica (CECO) da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).

Letícia T. RIGON, Programa de Pós-Graduação em Geociências, Instituto de Geociências, Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Possui graduação em Geologia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul em 2009. Tem experiência na área de Geociências, com ênfase em Geologia.

Elírio E. TOLDO JR., Programa de Pós-Graduação em Geociências, Instituto de Geociências, Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Graduado em Geologia e Doutorado em Geociências pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Professor Associado IV no Departamento de Mineralogia e Petrologia - DEMIPE-IG-UFRGS, responsável pelas disciplinas de Sedimentologia I, Geologia Marinha e Costeira para o curso de Graduação em Geologia, e Processos Costeiros no Programa de Pós-Graduação em Geociências. Autor de publicações, desenvolvimento de software e produtos tecnológicos, orientações de Teses, Dissertações e supervisões de Pós-doutorado. Editor convidado do Deep Sea Research II, e Editor Convidado do Environmental Monitoring and Assessment. Revisor de periódicos nacionais e internacionais. Coordenador brasileiro de Projeto de Cooperação Multilateral OEA. Atual Coordenador do Programa de Pós-Graduação em Geociências - PPGGeo-IG-UFRGS, www.ufrgs. br/ppggeo. Consultor ad hoc de agências nacionais e internacionais de fomento a pesquisa. Pesquisador do Centro de Estudos de Geologia Costeira e Oceânica - CECO-IG-UFRGS, www.ufrgs.br/ceco. Possui experiência na área de Oceanografia Geológica, com pesquisa dos processos costeiros nos ambientes de praia lagunar e marinho, relacionados a dinâmica dos sedimentos, morfodinâmica, erosão e hidrodinâmica.

Carlos A. F. SCHETTINI, Departamento de Oceanografia, Universidade Federal de Pernambuco

Oceanógrafo pela Fundação Universidade Federal do Rio Grande (1991), mestrado em Geociências (Geoquímica) pela Universidade Federal Fluminense (1994) e doutorado em Geociências pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (2001). Professor/pesquisador na Universidade do Vale do Itajaí entre 1994 e 2009. Professor colaborador no Programa de Pós-Graduação em Geociências da UFRGS desde 2006. Professor Adjunto no Instituto de Ciências do Mar da Universidade Federal do Ceará (LABOMAR-UFC) entre 2009 e 2010. Professor Titular em Oceanografia Abiótica no Dpto. de Oceanografia da Univ. Federal de Pernambuco. Os principais interesses em pesquisa estão relacionados com hidrodinâmica e processos de transporte em estuários e águas costeiras associadas, embora também atue em estudos interdisciplinares em bacias hidrográficas e plataforma continental. O objetivo geral é a conceptualização dos modos de transferência de massa na interface continente-oceano.

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Publicado

2012-08-31

Como Citar

de ANDRADE NETO, J. S., RIGON, L. T., TOLDO JR., E. E., & SCHETTINI, C. A. F. (2012). Descarga sólida em suspensão do sistema fluvial do Guaíba, RS, e sua variabilidade temporal. Pesquisas Em Geociências, 39(2), 161–171. https://doi.org/10.22456/1807-9806.35910