Avaliação do risco toxicológico à saúde humana associado ao incremento do fluxo de cromo antrópico em segmentos fluviais afetados por curtumes

Autores

  • Maria L. K. RODRIGUES Fundação Estadual de Proteção Ambiental.
  • Milton L. L. FORMOSO Programa de Pós-graduação em Geociências. Instituto de Geociências. Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
  • Débora K. KOLLER Programa de Pós-graduação em Ecologia. Instituto de Biociências. Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
  • Teresinha GUERRA Programa de Pós-graduação em Ecologia. Instituto de Biociências. Universidade Federal do Rio Grande do Sul.

DOI:

https://doi.org/10.22456/1807-9806.17859

Palavras-chave:

cromo, fluxo, quociente de risco, avaliação de risco, curtume, água

Resumo

Neste estudo, empregou-se uma abordagem dinâmica, baseada em modelo de balanço de massa, para avaliar fluxos afluentes e efluentes de cromo em segmentos selecionados dos rios Cadeia e Feitoria (RS, Brasil), visando identificar aportes a partir da atividade dos curtumes instalados na região. Empregando um traçador geoquímico de fontes naturais (ferro), em associação com o método de análise de risco da Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos, a estratégia permitiu rastrear o incremento potencial do risco toxicológico à saúde humana em cada segmento avaliado, referente à ingestão de água contaminada com cromo de origem antrópica. Para aplicação do modelo numérico, usaram-se dados secundários de vazão e concentração de cromo, obtidos em dez pontos de amostragem, em quatro estações do ano – julho/1999, outubro/1999, janeiro/2000 e abril/2000. Embora os resultados indicassem teores abaixo do limite de detecção para a forma mais tóxica de cromo (hexavalente), assumiu-se um cenário crítico na estimativa do risco: ingestão de água bruta e possibilidade de conversão de todo o Cr3+ presente a Cr6+. Calculados os fluxos afluentes e efluentes de cada segmento, constatou-se uma exportação de cromo do rio Feitoria para o Cadeia e deste para o rio Caí, contribuinte do lago Guaíba. Todos os quocientes de risco obtidos foram inferiores à unidade, sugerindo ausência de possíveis efeitos toxicológicos adversos por ingestão de água contaminada com cromo. Por outro lado, a aplicação do modelo permitiu identificar segmentos fluviais e períodos do ano com incrementos de risco mais elevados, potencialmente decorrentes da contribuição de curtumes. O período de maior risco foi janeiro/2000, em condições de menor disponibilidade hídrica, que destacam a contribuição pontual dos curtumes. Os incrementos no fluxo de cromo antrópico e os correspondentes incrementos de risco foram maiores no trecho inferior do rio Feitoria, onde se concentram curtumes.

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Publicado

2009-08-31

Como Citar

RODRIGUES, M. L. K., FORMOSO, M. L. L., KOLLER, D. K., & GUERRA, T. (2009). Avaliação do risco toxicológico à saúde humana associado ao incremento do fluxo de cromo antrópico em segmentos fluviais afetados por curtumes. Pesquisas Em Geociências, 36(2), 149–164. https://doi.org/10.22456/1807-9806.17859