DE VÍTIMAS A INDICIADOS, UM PROCESSO DE PONTA-CABEÇA: SURUÍ AIKEWÁRA VERSUS DIVINO ETERNO - LAUDO ANTROPOLÓGICO
DOI:
https://doi.org/10.22456/1982-6524.7175Palavras-chave:
Suruí Aikewára, Etnologia indígena, conflitos interétnicos, laudo antropológico.Resumo
Após 30 anos de incômoda convivência com a estrada estadual, antes conhecida como OP–2, posteriormente PA–253 e hoje BR–153, aberta pelo exército brasileiro à época da Guerrilha do Araguaia, os Suruí Aikewára conseguiram com auxílio da Procuradoria da República estabelecer, mediante laudo antropológico e estudos de impacto ambiental, “acordo” com o Governo do Estado do Pará para mitigar o impacto da rodovia. Entretanto, as cláusulas da negociação não vêm sendo cumpridas, fato que gera descontentamento entre os índios. Os Suruí, premidos pelos problemas causados pela rodovia, não possuem outro recurso que “entupedinir” (obstruir) a rodovia, vez por outra, para chamar atenção das autoridades. À última manifestação de descontentamento em março de 2003, provocada pela descoberta de mais um cadáver “despejado” em suas terras, o caminhoneiro de nome Divino Eterno ultrapassou os obstáculos e atirou o veículo sobre os jovens Suruí que guarneciam a obstrução da rodovia. Na defesa de seu território e na ausência de autoridades constituídas, os guerreiros retiveram o veículo, o motorista e a mulher que o acompanhava. Depois de algum tempo, a “liberação” dos retidos e do veículo pelos representantes do órgão tutelar, à revelia dos Suruí, possibilitou que, liberado, Divino Eterno oferecesse queixa, na delegacia de São Geraldo do Araguaia, contra três Suruí Aikewára. A ação dos representantes da FUNAI gerou um processo de ponta-cabeça, posto que de vítimas (agredidos) os Suruí passaram a indiciados (agressores).Downloads
Não há dados estatísticos.
Downloads
Publicado
2008-12-31
Como Citar
BELTRÃO, J. felipe; MASTOP-LIMA, L. de N.; MOREIRA, H. L. F. DE VÍTIMAS A INDICIADOS, UM PROCESSO DE PONTA-CABEÇA: SURUÍ AIKEWÁRA VERSUS DIVINO ETERNO - LAUDO ANTROPOLÓGICO. Espaço Ameríndio, Porto Alegre, v. 2, n. 2, p. 194, 2008. DOI: 10.22456/1982-6524.7175. Disponível em: https://seer.ufrgs.br/index.php/EspacoAmerindio/article/view/7175. Acesso em: 29 mar. 2024.
Edição
Seção
RELATÓRIOS