A estrutura do livro como matriz de ordenação do conhecimento
DOI:
https://doi.org/10.19132/1808-5245250.264-287Palavras-chave:
História do livro. Livro não-objeto. Bibliografia. Organização do conhecimento.Resumo
Discute a noção de livro e como tal artefato implicou na construção da Modernidade, no sentido da compreensão do conhecimento e na circulação de informações. Caracteriza-se como uma pesquisa bibliográfica e exploratória, voltada à temática da história do livro, no período que abrange o fim da Idade Média até os dias atuais. Estabelece relações dos elementos identificados com eventos marcantes que animaram a consolidação da Modernidade para identificar efeitos que a estrutura livresca coproduziu na trajetória socio-histórica desse período. Como fundamentação teórica, parte da concepção de que o livro não é apenas um objeto, mas um elemento que se articula com o mundo. Nesse sentido, o livro não é mero suporte informacional, mero composto de conteúdo e forma. A cadeia simplificadora dado-informação-conhecimento é questionada, por ser uma divisão instrumental, condicionada por uma visão mecanicista da razão. Desse modo, a noção de livro deste estudo defende que antes de ter um sujeito (autor) e um objeto (assunto), tem matérias informes, de diferentes velocidades, e é definido primeiramente por sua materialidade e sua exterioridade. Essa compreensão desloca qualquer gesto documentalista ou informacional, porque categorias como autor, assunto e formato perdem relevância em relação às correlações que um livro compõe. Por isso, a necessidade de pensarmos tais correlações, de modo a rever as abordagens tradicionais que predominam nas áreas que comungam o interesse pelo livro. É necessário pensar ligações do livro com o mundo.
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