Distribuição geográfica da produção e colaboração científica brasileira nas Ciências Biomédicas
DOI:
https://doi.org/10.19132/1808-5245230.50-73Palavras-chave:
Bibliometria. Cientometria. Ciências Biomédicas. Brasil. Produção científica. Colaboração científica. Análise geográfica.Resumo
As Ciências Biomédicas constituem um importante campo de pesquisa no Brasil, tanto pelo estudo de doenças locais típicas quanto pelo enfoque em temas de interesse universal. Este estudo faz inicialmente um levantamento da institucionalização das Ciências Biomédicas no Brasil e, depois, analisa a distribuição geográfica da produção e da colaboração científica dessas áreas no país, a fim de compreender as configurações atuais do campo e a concentração e dispersão das pesquisas no território nacional. Trata-se de uma pesquisa bibliométrica realizada com base nos artigos publicados na última década (2006– 2015) por pesquisadores brasileiros em periódicos indexados na Web of Science. Os resultados revelam a concentração da produção em poucos estados, com destaque para São Paulo, presente em quase 50% dos artigos e sendo o mais colaborativo com unidades federativas de outras regiões do país. Outro destaque é o estado do Rio de Janeiro, segundo mais produtivo e responsável, junto com São Paulo, pelos cinco periódicos que mais publicaram artigos da área no período estudado. Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Paraná e Santa Catarina são os estados seguintes em termos de produtividade. Os clusters de colaboração são formados por estados da mesma região ou próximos geograficamente. Pernambuco e Espírito Santo são também unidades federativas com destaque para seus modos de produção e papel de colaboração em seus clusters. Os estados do norte do país são os menos produtivos, seguidos pelos da região Nordeste, o que aponta necessidade de mais políticas públicas para o desenvolvimento científico dessas regiões. Conclui-se que a proximidade geográfica é um fator importante na colaboração e mesmo na produtividade, tendo em vista que estados mais produtivos estão próximos entre si e se mostram bastante colaborativos.Downloads
Referências
ALMEIDA, Elenara Chaves Edler de; GUIMARÃES, Jorge Almeida. Brazil’s growing production of scientific articles – how are we doing with review articles and other qualitative indicators? Scientometrics, Dordrecht, v. 97, n. 2, p. 287-315, 2013.
BENCHIMOL, Jaime Larry. Febre amarela e a instituição da microbiologia no Brasil. In: HOCHMAN, Gilberto; ARMUS, Diego (Org.). Cuidar, controlar, curar: ensaios históricos sobre saúde e doença na América Latina e Caribe. Rio de Janeiro: Fiocruz, 2004. p. 57-97. (Coleção História e Saúde).
BRASIL. Lei nº 5.540, de 28 de novembro de 1968. Fixa normas de organização e funcionamento do ensino superior e sua articulação com a escola média, e dá outras providências. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 29 nov. 1968. Seção 1, p. 10369.
CAMARGO, Erney Plessmann; SANT’ANNA, Oswaldo Augusto. Institutos de pesquisa em saúde. Ciência & Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, v. 9, n. 2, p. 295-302, abr./jun. 2004.
CASTRO, Cláudio Moura. Ciência e universidade. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1986.
ESCOLA de Cirurgia da Bahia. In: DICIONÁRIO histórico-biográfico das ciências da saúde no Brasil (1832-1930). [Rio de Janeiro: FIOCRUZ, 2015.] Disponível em: <http://www.dichistoriasaude.coc.fiocruz.br/iah/pt/pdf/escirba.pdf>. Acesso em: 27 ago. 2016.
FUNDAÇÃO DE AMPARO À PESQUISA DO ESTADO DE SÃO PAULO. Indicadores de ciência e tecnologia e inovação em São Paulo 2010. São Paulo: FAPESP, 2011.
GLÄNZEL, Wolfgang; LETA, Jacqueline; THIJS, Bart. Science in Brazil. Part 1: a macro-level comparative study. Scientometrics, Dordrecht, v. 67, n. 1, p. 67-86, 2006.
GLÄNZEL, Wolfgang; SCHUBERT, András. A new classification scheme of science fields and subfields designed for bibliometric evaluation purposes. Scientometrics, Dordrecht, v. 56, n. 3, p. 357-367, 2003.
HOPPEN, Natascha Helena Franz; VANZ, Samile Andréa de Souza. Neurosciences in Brazil: a bibliometric study of main characteristics, collaboration and citations. Scientometrics, Dordrecht, v. 109, n. 1, p. 121-141, 2016.
LABORATÓRIO de Bacteriologia do Estado de São Paulo. In: DICIONÁRIO histórico-biográfico das ciências da saúde no Brasil (1832-1930). [Rio de Janeiro: FIOCRUZ, 2015.] Disponível em: <http://www.dichistoriasaude.coc.fiocruz.br/iah/pt/pdf/labbacesp.pdf>. Acesso em: 11 set. 2016.
LETA, Jacqueline; GLÄNZEL, Wolfgang; THIJS, Bart. Science in Brazil. Part 2: sectorial and institutional research profiles. Scientometrics, Dordrecht, v. 67, n. 1, p. 87-105, 2006.
LETA, Jacqueline; THIJS, Bart; GLÄNZEL, Wolfgang. A macro-level study of science in Brazil: seven years later. Encontros Bibli, Florianópolis, v. 18, n. 36, p. 51-66, 2013.
LETA, Jacqueline. Growth of Brazilian science: a real internalization or a matter of databases´ coverage? In: INTERNATIONAL CONFERENCE OF THE INTERNATIONAL SOCIETY FOR SCIENTOMETRICS AND INFORMETRICS, 13., 2011, Durban. Proceedings… Durban: ISSI, 2011. Vol. 1, p. 392-397.
MEIS, Leopoldo de; LETA, Jacqueline. O perfil da ciência brasileira. Rio de Janeiro: UFRJ, 1996.
MOTOYAMA, Shozo. Prelúdio para uma história: ciência e tecnologia no Brasil. São Paulo: USP, 2004.
ROYAL SOCIETY. Knowledge, networks and nations: global scientific collaboration in the 21st century. London: Elsevier, 2011.
ROSSI, Marina. Cortes de vagas, de luz e bancas por Skype: o ajuste bate à porta das universidades: após dois anos de contingenciamento, Ministério da Educação planeja corte de até 45% nos investimentos das universidades federais. El País, [S.l.], 6 set. 2016. Educação. Disponível em: <http://brasil.elpais.com/brasil/2016/08/23/politica/1471981749_096592.html>. Acesso em: 6 set. 2016.
SANTIN, Dirce Maria; VANZ, Samile Andréa de Souza; STUMPF, Ida Regina Chittó. Internacionalização da produção científica em ciências biológicas da UFRGS: 2000-2011. Transinformação, Campinas, v. 27, n. 3, p. 209-218, set./dez. 2015.
SCHWARTZMAN, Simon. Um espaço para a ciência: a formação da comunidade científica no Brasil. Brasília: Ministério de Ciência e Tecnologia, 2015.
SIDONE, Otávio José Guerci; HADDAD, Eduardo Amaral; MENA-CHALCO, Jesús Pascual. A ciência nas regiões brasileiras: evolução da produção e das redes de colaboração científica. Transinformação, Campinas, v. 28, n. 1, p. 15-32, jan./abr. 2016.
SIDONE, Otávio José Guerci; HADDAD, Eduardo Amaral; MENA-CHALCO, Jesús Pascual. Scholarly publication and collaboration in Brazil: the role of geography. Journal of the Association for Information Science and Technology, Hoboken. v. 68, n. 1, p. 243-258, 2017.
VALLE, José Ribeiro do. A farmacologia no Brasil. In: FERRI, Mário Guimarães; MOTOYAMA, Shozo. História das ciências no Brasil. São Paulo: EdUSP, 1979. p. 175-189.
VANZ, Samile Andréa de Souza; STUMPF, Ida Regina Chittó. Scientific output indicators and scientific collaboration network mapping in Brazil. Collnet, New Delhi, v. 6, p. 1-20, 2012.
WORLD HEALTH ORGANIZATION. The world health report 2001: mental health, new understanding, new hope. Geneva: WHO, 2001.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2017 Em Questão

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
Autores mantêm os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution (CC BY 4.0), que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria xxx.
Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista, como publicar em repositório institucional, com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
Os artigos são de acesso aberto e uso gratuito, com atribuições próprias em atividades educacionais, de pesquisa e não comerciais.