Durkheim e o vínculo aos grupos: uma teoria social inacabada
DOI:
https://doi.org/10.1590/15174522-019004405Palavras-chave:
Laços sociais, Vínculo moral, Solidariedade, Teoria socialResumo
Durkheim sustenta a tese da diversidade dos vínculos sociais, que constituem muitas fontes variadas da moral, ou, mais precisamente, muitas possibilidades diferenciadas para o indivíduo elevar-se à vida moral. O homem solidário de Durkheim é um indivíduo ao mesmo tempo autônomo e ligado a outros e à sociedade, um indivíduo consciente das regras morais que implicam a participação na vida social. Se ele as aceita, é pelo prazer que encontra na reciprocidade da associação e no sentimento de ser útil. Essa consciência permanece, todavia, frágil, ela corre até mesmo o risco de desaparecer em certas circunstâncias. Interessa-lhe, então, mantê-la: tal é a função do Estado. Durkheim conceituou, de certa forma, um modo particular de regulação social dos vínculos a partir de uma representação organicista da solidariedade. É preciso reconhecer a força dessa teoria, mesmo se o conhecimento das sociedades modernas nos conduz a ressaltar que podem existir outras configurações ou regimes de vínculos. A teoria social do vínculo, tal como podemos construir hoje, é ao mesmo tempo a herdeira do núcleo conceitual deixado pelo fundador da sociologia francesa e o resultado das aquisições da sociologia comparativa, que é fundada sobre uma abordagem não normativa das sociedades modernas e sensível à sua diversidade.
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