As telas do sagrado ou o imaginário religioso da televisão
DOI:
https://doi.org/10.19132/1807-8583201740.23-35Palavras-chave:
Televisão. Imaginário. Religiosidade midiática. Ressacralização.Resumo
Busca-se nesse artigo apresentar a hipótese de o sucesso da televisão advir de sua eficácia em tomar o lugar do religioso, consolidando-se como ponto de reencontro com o sagrado, mas sem um deus, antropocentrado: uma automanifestação. Essa hipótese é investigada por meio da metodologia filosófica. Conclui-se que, em vez de mobilizar a comunhão, característica da integração dos fenômenos religiosos, a televisão promove o isolamento, assemelhando-se a ,uma religião truncada, uma síntese de todas as experiências sagradas. Essa constatação
contraria a suposta dessacralização propiciada pela técnica, engendrando uma paradoxal e simultânea ressacralização. As imagens na tela fazem reviver a hierofania do deus, das situações de possessão maléfica, de transformações de si no sentido de uma autodivinização.
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Copyright (c) 2017 Jean-Jacques Wunenburger, Tradução de Ana Tais Martins Portanova Barros
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