O DISPOSITIVO DAS DROGAS NAS POLÍTICAS PÚBLICAS
DOI:
https://doi.org/10.22456/2238-152X.73638Palavras-chave:
Drogas, Políticas Públicas, Governamentalidade, BiopolíticaResumo
Este artigo aborda a emergência do dispositivo das drogas nas políticas públicas em suas facetas mais contemporâneas no governo da vida e produção de subjetividade. No início desta década observa-se um significativo crescimento do papel do dispositivo das drogas nas políticas públicas. Postas como problema social, as drogas têm sido acionadas sob a forma de ameaça à vida e à sociedade, bem como operacionalizadas enquanto tecnologia de governo. Nesse sentido, depois de uma discussão sobre a produção de conhecimento, o artigo enseja uma problematização sobre o dispositivo das drogas em sua interface com as políticas públicas partindo da análise de documentos, notícias e registros do diário de campo de um estágio em psicologia no Centro de Atenção Psicossocial – Álcool e outras Drogas (CAPS-AD). Por fim, faz-se apontamentos sobre as formas de disputa e resistência a partir dos jogos de forças que atuam no interior do dispositivo das drogas.
Downloads
Referências
ALECE. (2010). Drogas eixos de abordagens: pacto pela vida. Fortaleza: INESP.
Brasil. (1998). Medida Provisória 1689-6. Diário Oficial da União. Brasília, DF.
Brasil; MINISTÉRIO DA SAÚDE; SECRETARIA EXECUTIVA; COORDENAÇÃO NACIONAL DE DST/AIDS. (2003). A Política do Ministério da Saúde para atenção integral a usuários de álcool e outras drogas. Brasília: Ministério da Saúde.
Brito Neto, J. d., Lemos, F. S., Galindo, D. G., Ferla, A., & Côrrea, M. R. (2016). Figuras e facetas da lógica proibicionista-medicalizante nas políticas sobre drogas, no Brasil. Polis e Psique, pp. 59-76. Recuperado em 10 de fevereiro, 2017, de http://seer.ufrgs.br/index.php/PolisePsique/article/view/50421
Conselho Federal de Psicologia. (2011). Relatório da 4ª Inspeção Nacional de Direitos Humanos: locais de internação para usuários de drogas. Brasília: Conselho Federal de Psicologia.
Conselho Federal de Psicologia. (Dezembro de 2013). DOCUMENTO DE REFERÊNCIAS TÉCNICAS PARA A ATUAÇÃO DE PSICÓLOGAS (OS) EM POLÍTICAS PÚBLICAS DE ÁLCOOL E OUTRAS DROGAS.
Decreto de Lei 7179. (2010). Diário Oficial da União. Brasília, DF. Recuperado em 27 de janeiro, 2017, de http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007/2010/2010/Decreto/D7179.htm
Deleuze, G. (1993). O que é a filosofia? Rio de Janeiro: Editora 34.
Deleuze, G., & GUATTARI, F. (2009). Mil platôs: capitalismo e esquizofrenia (Vol. 1). Rio de Janeiro: Editora 34.
Escohodato, A. (2005). A Historia general de las drogas. Madrid: Editora Espasa Calpe.
Fiore, M. (2012). O lugar do Estado na questão das drogas: o paradigma proibicionista e as alternativas. Novos Estudos, pp. 9-21.
Fossi, L. B., & Guareschi, N. M. (2015). O modelo de tratamento das comunidades terapêuticas: práticas confessionais na conformação dos sujeitos. Estudos e Pesquisas em Psicologia, 15, pp. 94-115.
Foucault, M. (2010b). Em defesa da sociedade: curso no Collège de France. São Paulo: Martins Fontes.
Foucault, M. (2010a). Os anormais: curso no Collège de France. São Paulo: Martins Fontes.
Foucault, M. (2012b). História da sexualidade 2: O uso dos prazeres. Rio de Janeiro: Graal.
Foucault, M. (2012a). História da sexualidade: a vontade de saber. São Paulo: Graal.
Foucault, M. (2013). Vigiar e Punir. Petropólis: Vozes.
Foucault, M. (2014a). História da sexualidade 3: O cuidado de si. São Pulo: Paz & Terra.
Foucault, M. (2014b). Microfísica do poder. Rio de Janeiro: Paz & Terra.
Garcia, M. T., Leal, F. X., & Abreu, C. C. (2008). A POLÍTICA ANTIDROGAS BRASILEIRA: VELHOS DILEMAS. Psicologia & Sociedade, pp. 267-276. Recuperado em 10 de janeiro, 2017, de http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0102-71822008000200014&script=sci_abstract&tlng=pt
Guareschi, N. M., de Lara, L., Gonzales, Z. K., & Azambuja, M. A. (2014). O pensamento de Foucault na pesquisa em ciências humanas: sujeito, governo e verdade. Em N. M. Guareschi, S. M. Hüning, & M. A. Azambuja, Foucault e a psicologia na produção do conhecimento (pp. 87-106). Porto alegre: EDIPUCRS.
Jones, M. (1972). A comunidade terapêutica. Petrópolis: Vozes.
Kirst, P. G., Giacomel, A. E., Ribeiro, C. S., Costa, L. A., & Andreoli, G. S. (2003). Conhecimento e cartografia: tempestade de possíveis. Em T. M. FONSECA, & P. G. KIRST, Cartografias e Devires: a construção do presente (pp. 91-113). Porto Alegre: Editora da UFRGS.
Lemke, R. A., & Silva, R. N. (2010). A busca ativa como princípio político das práticas de cuidado no território. Estudos e Pesquisas em Psicologia. Recuperado em 27 de janeiro, 2017, de http://www.e-publicacoes.uerj.br/index.php/revispsi/article/view/9036/6915
Lewgoy, M. A., & Aarruda, M. P. (2004). Novas tecnologias na prática profissional do professor universitário: a experimentação do diário digital. Revista Texto & Contexto.
MG, P. C. (25 de Junho de 2015). Minas Gerais: Redução de Danos é tema de RAP. Fonte: Caminhos do Cuidado: formação para agentes de saúde e auxiliares/técnicos de enfermagem da atenção básica. Recuperado em 10 de fevereiro http://www.caminhosdocuidado.org/minas-gerais-reducao-de-danos-e-tema-de-rap/
Montenegro, F. V. (2014). CONTRIBUIÇÕES DO PENSAMENTO DE MICHEL FOUCAULT PARA OS ESTUDOS QUEER. Anais do III COLÓQUIO DE ESTUDOS FOUCAULTIANOS: ressonâncias contemporâneas de Foucault (pp. 131-144). Fortaleza: UECE. Recuperado em 27 de janeiro, 2017, de https://drive.google.com/file/d/0B69pGabtiMHMV2ZtbzIwRlNmWW8/view
O Diário do Nordeste. (10 de Junho de 2013). 80% das comunidades terapêuticas do Ceará funcionam irregularmente. Recuperado em 19 de janeiro, 2017, de http://diariodonordeste.verdesmares.com.br/cadernos/cidade/online/80-das-comunidades-terapeuticas-do-ceara-funcionam-irregularmente-1.824116
O Povo. (04 de Fevereiro de 2013). Internações não-voluntárias crescem 132% em Fortaleza. Recuperado em 10 de fevereiro, de http://www20.opovo.com.br/app/opovo/fortaleza/2013/02/04/noticiasjornalfortaleza,3000332/internacoes-nao-voluntarias-crescem-132-em-fortaleza.shtml
Paiva, A. C. (2000). Sujeito e laço social: a produção de subjetividade na arqueogenealogia de Michel Foucault. Rio de Janeiro: Relume Dumara.
Passos, E. H., & Souza, T. P. (Janeiro/Abril de 2011). Redução de danos e saúde pública: construções alternativas à política global de "guerra às drogas". Psicologia & Sociedade, 23, pp. 154-162. Recuperado em 19 de janeiro, 2017, de http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-71822011000100017
Prestes, T. K. A. (2017). A história do Homo Psicoativus: uma análise arqueogenealógica da Redução de Danos. Dissertação. Fortaleza, Brasil: Programa de Pós-Graduação em Psicologia; Universidade Federal do Ceará.
Reis, C. d. (2012). (Falência Familiar) + (Uso de Drogas) = Risco e Periculosidade – a naturalização jurídica e psicológica de jovens com medida de internação compulsória. Dissertação. Porto Alegre, Brasil: Programa de Pós-Graduação em Psicologia Social e Institucional; Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
Reis, C. d., & Guareschi, N. (2015). Juventudes indesejáveis: a produção de morte como estratégia de segurança pública. Em A. Scisleski, & N. Guareschi, Juventude, marginalidade social e direitos humanos (pp. 191-203). Porto Alegre: ediPUCRS.
Rolnik, S. (2011). Cartografia sentimental: transformações contemporâneas do desejo. Porto Alegre: Sulina; Editora da UFRGS.
Sander, J. (2010). A caixa de ferramentas de Michel Foucault, a reforma psiquiátrica e os desafios contemporâneos. Psicologia e Sociedade, 22, pp. 382-387. Recuperado em 16 de janeiro, 2017, de http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0102-71822010000200019&script=sci_abstract
Secretaria Especial de Políticas Sobre Drogas. Portal do Governo do Estado do Ceará Acolhe Ceará. Recuperado em 10 de fevereiro, 2017, de http://www.spd.ce.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=43855&Itemid=12&cssfile=principal4.css
Silva, W. V., & Hüning, S. M. (Março de 2017). Dispositivo das drogas e governo da vida. Psicologia & Sociedade, 29(131525). Recuperado em 10 de janeiro, 2017, de http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-71822017000100202&lng=en&nrm=iso&tlng=pt
Souza, T. P. (2013). A NORMA DA ABSTINÊNCIA E O DISPOSITIVO “DROGAS”: DIREITOS UNIVERSAIS EM TERRITÓRIOS MARGINAIS DE PRODUÇÃO DE SAÚDE (PERSPECTIVAS DA REDUÇÃO DE DANOS). TESE DE DOUTORADO. Campinas, São Paulo: UNICAMP.
Vargas, E. V. (2008). Fármacos e outros objetos sócio-técnicos: notas para uma genealogia das drogas. Em: Labate, B. C. e cols. Drogas e cultura: novas perspectivas (pp. 41-63). Salvador: EDUFBA.
Veyne, P. (1998). Foucault Revoluciona a história. Em P. VEYNE, Como se escreve a história. Brasília: Editora UNB.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
IMPORTANTE: a carta de declaração de direitos deverá ser submetida como documento suplementar.